Transporte escolar é um dos maiores desafios da volta às aulas totalmente presenciais
Com aumento do número de alunos da rede estadual frequentando as aulas presenciais, garantir o direito ao transporte a todos que precisam e manter o distanciamento nos ônibus tem sido uma questão difícil de resolver
A retomada das aulas presenciais trouxe muitos desafios para a comunidade escolar e um dos principais é o transporte escolar, que é compartilhado entre as escolas municipais e estaduais do Paraná. Com o aumento de alunos presenciais e a necessidade de medidas sanitárias como o distanciamento, nem sempre há vagas no transporte para todos. O resultado é que há alunos que não estão indo para as aulas presenciais devido a isto.
O Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira, em Irati, é uma das instituições de ensino que tem alunos que possuem dificuldade com o transporte. “Temos muitos alunos que não estão vindo neste momento por falta do transporte escolar, principalmente o pessoal do noturno tem sofrido bastante”, conta a diretora Maria Amélia Ingles.
Ela destaca que a escola entende as dificuldades logísticas, mas ao mesmo tempo relembra que este é um direito do aluno. “Entendemos que eles têm um número exato de pessoas para estar no ônibus, que eles têm que dividir entre município e estado, mas é uma necessidade para que eles possam retornar presencialmente. É um direito do aluno que infelizmente não está sendo cumprido porque a maioria dos alunos que não está vindo presencial, se você questionar os pais, eles vão responder que é porque não têm condições de mandar, visto que estão longe da escola e precisam do transporte escolar”, afirma.
Segundo a secretária municipal de Educação de Irati, Jandira Terezinha Girardi, essa falta de vagas ocorre porque a rede estadual liberou 100% para o retorno das aulas presenciais. Atualmente, a rede municipal está apenas com 30% dos alunos de forma presencial, enquanto a rede estadual aumentou essa porcentagem. No Colégio Xavier, por exemplo, 60% dos alunos estão no ensino presencial. “Tem ônibus que já está com 50%, já ultrapassou os 30%. Eu não abri ainda do 30%, mas por causa do Estado e dessa volta de 100% do Estado, infelizmente, ele teve uma lotação maior”, conta a secretária.
Antes do início das aulas presenciais, a Secretaria Municipal de Educação traçou rotas para que os ônibus pudessem levar os alunos com uma ocupação mínima, respeitando o distanciamento. Contudo, o aumento de alunos na rede estadual tem exigido mais vagas.
Há uma funcionária que fiscaliza a ocupação dos ônibus para manter a segurança dos alunos e os próprios motoristas também tem colaborado. “Aonde os motoristas vêm e relatam. Eles dizem: ‘Olha, está passando’. ‘Está meio demais’. Já entramos em contato com essas escolas estaduais porque com os nossos, do município, não estamos tendo problema nenhum. Não tem lotação, as escolas escalonaram certinho quem precisa de ônibus. Se tem 10, cinco vão num dia, cinco no outro”, disse.
Os motoristas realizam a higienização dos ônibus e alguns dos assentos dos ônibus são marcados para que não sejam ocupados, respeitando o distanciamento. Jandira destaca que não são em todos os colégios que ocorre o problema, mas a lotação a mais existe em algumas rotas. “É um ou dois ônibus que têm um pouco a mais, graças a Deus estamos conseguindo fazer, mas tem. Não posso mentir que não está tendo a mais em ônibus porque, infelizmente, devido a essa volta do Estado, onde muitos colé
