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Sul-africano que viaja o mundo em uma bicicleta passa por Irati

Peter Gazzard, de 63 anos, está percorrendo o mundo com uma bicicleta há seis anos

26/06/2018

Sul-africano que viaja o mundo em uma bicicleta passa por Irati

Depois de uma viagem de trem com um amigo, Peter Gazzard, de 63 anos, decidiu vender tudo que tinha e começar uma das suas grandes aventuras na vida: viajar o mundo em uma bicicleta. Há pouco mais de seis anos, Peter deixou a África do Sul, onde ele morava, e viajou até a Inglaterra. De lá, partiu para a sua aventura no dia 14 de abril de 2012. Desde então, percorreu a Europa de bicicleta e passou por diversos países como Grécia, Turquia, Irã, Índia, Paquistão, China, Austrália, Nova Zelândia, Taiwan e Coreia do Sul.

Há dois meses está no Brasil, onde já passou pelo Rio de Janeiro e Curitiba. Antes percorreu o Chile, Argentina e Uruguai na bicicleta. No caminho entre Curitiba e Foz do Iguaçu – seu próximo destino – ele passou por Irati, onde pernoitou na quarta-feira (21) no Hotel Abib.

Peter conta que levou dois anos para planejar a viagem. Ele ainda deve percorrer as Américas indo do Paraguai para Bolívia, Peru, Equador até chegar à Colômbia, provavelmente em agosto. O destino final será o Canadá, de onde partirá novamente para a Europa.

São cerca de 70 mil quilômetros rodados com a bicicleta. Mas esse não é seu único meio de transporte nesta aventura. “Na terra, viajo com a bicicleta, algumas vezes pego algum ônibus, como na China. A China é muito grande para atravessar de bicicleta em seis dias – que é o tempo de visto que te dão –, então algumas vezes peguei o trem ou o ônibus. Se eu tenho que atravessar o oceano, eu prefiro pegar algum barco ou navio, senão, eu faço de avião, empacoto a bicicleta em uma caixa e vou ao aeroporto. Mas, na maioria do tempo é na bicicleta”, disse.

A viagem ao redor do mundo fez com que Peter ficasse longe de casa. Depois da morte de sua mãe pouco antes de começar a jornada, ele chegou a ir algumas vezes para a África do Sul para resolver coisas particulares, mas já são quatro anos que ele não volta para seu país. “Mas de país em país é fácil. Só preciso planejar um pouco por causa dos vistos”, disse.

Pernoite

Não há rotina na aventura. Ele conta que acorda de manhã, faz seu café da manhã e pedala por duas horas, até encontrar outro lugar, onde pode comprar uma comida e se alimentar novamente. “Se estiver muito quente, eu recomeço a pedalar até o meio-dia ou um pouco mais tarde. Se o sol não estiver muito quente, eu apenas continuo. Ao fim da tarde, eu procuro um lugar para dormir”, conta.

Os lugares para pernoitar são variados: pode ser hotel, hostel, albergues. Contudo, Peter destaca que prefere acampar. Ele conta que se for algum lugar que pode ser perigoso, ele procura um espaço onde ninguém o possa ver. “É maravilhoso, as pessoas vão às suas casas à noite e não sabem o que acontece ao redor das suas casas. Eu posso encontrar um pequeno terreno próximo a uma casa, colocar minha cabana, e de manhã, de ninguém soube que estava lá”, relata.

Problemas

Apesar dos perigos, Peter conta que a maior parte das pessoas o trata bem. “Em alguns lugares é perigoso. Mas a maioria das pessoas não causam problemas. As pessoas me perguntam o que estou fazendo, eu digo o que faço e que estou por uma noite, eles dizem: ‘Tudo bem’”, conta.

No entanto, isso não fez com que ele fugisse de problemas. Recentemente, no Chile, ele foi ameaçado por um dono de um terreno que o viu acampando próximo a sua casa. Outro episódio ocorreu na Indonésia. “Estava acampando num lugar religioso, peguei a permissão do líder daquela organização religiosa, mas as pessoas ao redor não gostaram e disseram-me que se não deixasse o lugar iriam me matar. Então, achei que era uma boa razão para sair”, conta.

Hospitalidade

Mesmo com os problemas, Peter conta que tem encontrado muito mais hospitalidade. “Um dos lugares mais hospitaleiros em que estive é o Irã. É incrível. Não gosto muito da política, mas as pessoas são maravilhosas. Taiwan também foi fantástico. E Brasil está sendo maravilhoso também”, disse.

Para ele, o mais surpreendente são as pessoas. “As pessoas têm sido fantásticas. Quando vou a um hostel e agendo uma ou duas noites, às vezes ganho uma noite livre. Eles me dão alimento, algumas pessoas me dão roupas ou equipamento. Tem sido fantástico”, relata.

Sonho

Desde quando começou a planejar a realização desse sonho, Peter conta que percebeu a possibilidade que as pessoas possuem para conseguir realizar coisas. “Levei dois anos planejando. Mas nestes dois anos eu percebi que há somente uma pessoa que pode fazer o sonho virar realidade: eu. Eu tive várias pessoas dizendo que eu não poderia fazer. Sim, você pode fazer. Se você quer alguma coisa, você pode fazer”, disse.

“As pessoas me perguntam por que estou fazendo isso, e eu respondo em três palavras: ‘Porque eu posso’.E para mim isso é uma importante mensagem. Se você tiver um sonho, vá fazer, porque você pode fazer. E só você pode fazer esse sonho acontecer. Você pode ter pessoas te ajudando a fazer, mas se você desistir desse sonho, o sonho se foi. Vá. Faça. Você pode fazer”, finaliza.

Jornada

Peter Gazzar descreve sobre suas aventuras e posta suas fotos pelo mundo através de uma página no Facebook (https://www.facebook.com/Gazzie-on-Tour-691958530830424). As postagens estão em inglês.

Lá também divulga a organização Qhubeka, na qual fornece apoio. Através de doações, a organização doa bicicletas a pessoas que estão em locais onde não há meios de transporte suficiente. O objetivo é melhorar o acesso a escolas, clínicas de saúde e trabalho.

Texto: Karin Franco/Hoje Centro Sul

Foto1: Karin Franco/Hoje Centro Sul

Foto2: Divulgação

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