Como é ser pai em tempo integral
É comum ver mães abrindo mão do emprego para cuidar dos filhos, mas, um pai que escolheu cuidar do filho e do lar para garantir o bem-estar da família, você conhece? Confira a história do casal Celso e Patrícia Bermudes
Celso Bermudes mora em Irati e é pai de um menino de dois anos. Pai e filho ficam em casa com todas as tarefas do dia a dia enquanto a mãe, Patrícia Bermudes, trabalha fora. Ele acredita que se os pais pudessem passar mais tempo com os filhos seria construtivo para a formação das crianças. “É lógico que nem todos conseguem, mas quem pode é muito gratificante, não tem dinheiro que pague isso. E nós queremos ter mais um filho ou filha futuramente, se for possível eu quero cuidar do outro também, sem problema nenhum”, frisou o pai.
Patrícia conta que a presença paterna no cotidiano do filho traz bons resultados. “A gente sabe que há famílias que não podem fazer isso, que precisam dos dois trabalhando, mas aqui conseguimos nos adequar e há um equilíbrio entre abrir mão de algumas coisas para ter qualidade de vida com o nosso filho. O Celso é um pai muito presente, os dois se curtem muito, passam o dia todo juntos”, relata.
O psicólogo e professor da Unicentro, André Marques Choinski, explica que cada vez mais as famílias têm se organizado de formas variadas, fugindo de padrões culturais rígidos, que determinavam que o cuidado das crianças era exclusividade das mulheres, que não podiam ter uma profissão, pois tinham que se dedicar em tempo integral aos filhos, por “dom natural” e/ou por “obrigação” .
“Eu trabalho com famílias há alguns anos e tenho observado essa mudança nas relações familiares, temos várias configurações diferentes de família”, diz André. O psicólogo explica que o que realmente importa é se a criança está sendo cuidada adequadamente. “Essa criança precisa ter adultos que olhem por ela, coloquem regras, sejam modelo de desenvolvimento para que cresça e seja educada com autonomia”, frisou, comentando que isso vale para famílias com filhos, formadas por homem e mulher, para famílias monoparentais e para casais homoafetivos.
“O essencial é que os pais tenham contato com a criança para suprir as demandas dela, pois criança sempre exige muita atenção, tempo, cuidado e o importante é que os pais estejam presentes para proporcionar um desenvolvimento saudável. Não importa se são dois pais, duas mães, se é o pai ou a mãe que cuida, a questão que realmente gera impacto é a qualidade do cuidado e a presença da família”, informa o psicólogo.
Rotina
Celso conta como é sua rotina de pai em tempo integral. “Acordamos, tomamos café e saímos passear com a Mel [cachorrinha de estimação da família], brincamos e eu faço almoço, depois que almoçamos com a Patrícia o pequeno dorme. Brincamos bastante ao ar livre quando dá, para gastar as energias dele, inventamos um pouco de tudo”, comenta o pai.
O casal inverte padrões que a sociedade está acostumada a seguir, o que não os incomoda mais, pois o bem-estar da família está acima de tudo.
“É tudo um processo, temos que quebrar nossas barreiras, nossos preconceitos e tocar a vida da gente sem se importar com a opinião dos outros, porque sempre tem umas piadinhas, mas o bem-estar do nosso filho, a nossa família está em primeiro lugar e está funcionando muito bem dessa forma”, relata Patrícia.
O casal mora em Irati por exigências do trab

