05/05/2021
A cada dia é um susto diferente. No supermercado, na padaria, no posto de combustíveis. Observar o aumento da inflação desde o início da pandemia da Covid-19 aumentou ainda mais a insegurança das pessoas. As preocupações são com a manutenção do trabalho, com os cuidados para evitar o contágio pelo coronavírus, com a administração do estresse e da ansiedade que as mudanças dos tempos de pandemia impuseram e também com os preços de grande parte dos produtos e serviços que, dia após dia têm registrado alta.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no acumulado dos últimos 12 meses ficou em 6,17%.
O cenário deste ano é completamente diferente do que o do ano passado. Em março de 2020, o país registrava um IPCA-15 de 0,02 %. No acumulado dos 12 meses anteriores a março de 2020, o índice registrava 3,67%, um pouco mais da metade do registrado atualmente.
Claro que é preocupante para todos estes aumentos no IPCA-15, pois afeta diretamente a qualidade de vida da população, há perda do poder de compra e sacrifícios diversos precisam ser realizados para que receitas e despesas se equilibrem, ou seja, para que se tenha dinheiro suficiente para atender as necessidades das famílias.
Para as mais pobres, que utilizam a maior parte de suas rendas para a compra de comida, o impacto foi maior. Com os preços dos alimentos mais caros, elas tiveram que reduzir a quantidade ou a qualidade dos produtos que põem à mesa.
O que significa a volta de pessoas que já haviam deixado a extrema pobreza para esta condição. Significa que, ao invés do País evoluir, desenvolver-se, está piorando. Não há políticas públicas eficientes sendo colocadas em prática em âmbito nacional para a que a economia mantenha o ritmo. E é possível enxergar isso olhando à nossa volta, vendo campanhas e mais campanhas sendo criadas para ajudar, vendo auxílios para alimentação sendo dados pelos governos estadual e municipal.
A realidade é preocupante. Entretanto, os estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que haverá mais elevação de preços e da inflação nos próximos meses, mas que a economia começará a ficar mais estável antes do final do ano. É, pelo menos, uma luz no fim do túnel.
Texto: Letícia Torres/Hoje Centro Sul