Transtorno do Espectro Autista: Você sabe o que é? E como buscar apoio em Irati?

Por Redação 3 min de leitura

Psicóloga especialista na área explica o que é quais as características do Transtorno de Espectro Autista (TEA); Familiares de pessoas com TEA e apoiadores da causa criaram a Associação TEAbraça

A fonoaudióloga Karina Johana Pizzorno Ramilo de Jesus é mãe de um jovem com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ao vivenciar a jornada para o diagnóstico do transtorno, ela identificou a carência de apoio e solidariedade. Isso a motivou pensar na necessidade de uma rede de suporte para as famílias que enfrentam desafios semelhantes na busca pela inclusão. O grupo foi se fortalecendo e, no início deste ano, foi criada a Associação TEAbraça.

“O objetivo inicial da associação era fazer esse acolhimento. A gente pensou muito em como foi quando recebeu esse diagnóstico, como ficamos sem chão, perdidos. Muitas vezes não sabemos como agir, ‘para onde correr’, e quais são os próximos passos após o diagnóstico. Pensamos realmente em fazer essa associação para que as pessoas tivessem um lugar onde buscar essa informação, buscar esse conforto e qual é o próximo passo a seguir”, detalha Karina.

Ela conta que foi realizado um encontro das famílias atípicas no Parque Aquático, quando ocorreram rodas de conversa, piquenique, brincadeiras e um tempo de lazer com cama elástica para as crianças com autismo. Também já foram feitos eventos alusivos ao Dia das Mães e Dia dos Pais. 

“São ações que a associação tem tentado promover não apenas para as crianças com Transtorno do Espectro Autista, mas também um cuidado com os familiares, cuidando de quem cuida. É muito importante que os cuidadores dessas crianças, que requerem realmente mais atenção e exigem dos pais muito mais cuidados – e às vezes ficam exaustos –, que eles também sejam vistos”, avalia Karina.

Também através de parcerias ocorreu o cinema inclusivo para pessoas com TEA. “A sala de cinema permaneceu com as luzes acesas e o volume do filme estava um pouco mais baixo para que os autistas conseguissem se sentir melhor e conseguissem participar dessas ações”.

Entendendo a condição

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. Os sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade.

A psicóloga Sandra Regina Trojan, que também atua na capacitação de profissionais da área da saúde e educação para avaliação e atendimento ao TEA, explica que os sinais variam muito de pessoa para pessoa e o diagnóstico é feito através de uma avaliação com testagem psicológica, comportamental e neurológica.

“A gente sempre diz que o espectro autista é como você chegar num país onde você não conhece os costumes, não sabe falar a língua, tenta se comunicar ou aprender aquele costume. Você vai ficar nervoso, você não vai saber se comportar da forma como os nativos se comportam”, compara a psicóloga.

Segundo ela, dentre as características mais observadas em crianças ou adultos diagnosticados com TEA está a dificuldade para comunicar