Teixeira Soares oferece tratamento contra o cigarro com ajuda psicológica
Em um ano programa do SUS atendeu a mais de 150 pessoas
Um programa para quem deseja parar de fumar é realizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Secretaria Municipal de Saúde de Teixeira Soares. Em um ano, mais de 150 pessoas já foram atendidas. O tratamento é realizado em quatro consultas e conta com avaliação médica e psicológica.
Após a inscrição, os dois primeiros encontros são realizados apenas com tratamento psicológico. “Nos dois primeiros encontros, tratamos dos riscos de recaída e como lidar com a abstinência, quais sintomas a abstinência vai causar e as ferramentas que a pessoa vai precisar desenvolver para lidar com a falta do cigarro”, disse o psicólogo responsável pelo programa, Renan Sguario.
No terceiro encontro, a médica e a farmacêutica começam a fazer parte do tratamento. No quarto encontro é feita a reconsulta. “Nossa médica faz a avaliação clínica e já dá entrada em medicamentos. Eu participo dos dois encontros também. Temos uma farmacêutica que faz uma palestra sobre os efeitos dos medicamentos. O que pode usar e o que não pode. Fala também sobre os efeitos colaterais. Depois de um mês eu faço uma seção de manutenção. O que se percebe bastante é que as pessoas vêm no intuito de pegar o remédio, achando que vai ser a salvação milagrosa”, conta.
O psicólogo destaca que o programa consiste em trabalhar principalmente com questões psicológicas de como tratar a abstinência através da motivação e enfrentamento. “Com o tempo, as pessoas percebem o que realmente importa é a motivação para parar de fumar. É a cabeça, não existe cura para parar de fumar, a pessoa vai ser uma eterna dependente da nicotina e sempre vai evitar a recaída, evitar o primeiro cigarro. É igual os alcoólatras que evitam o primeiro gole. E a pessoa que fuma também é evitar o primeiro cigarro”, explica.
O principal fator, segundo Renan, para a dependência psicológica do cigarro é a associação com os sentimentos a qual o produto está ligado. “Todas as associações que as pessoas fazem com felicidade, um momento de relaxar, festejar, quando está triste, depois do café de manhã, no intervalo do trabalho, no almoço. O cigarro sempre está presente, por isso, associa a todos esses fatores. O que consome as pessoas é o hábito. Algo que essa pessoa vai ter que mudar”, conta.
Os números para quem permanece até o quarto encontro são positivos. “De cada 10 pessoas, oito param de fumar até o quarto encontro. Fazemos um direcionamento para a mudança. A pessoa se preparar para um luto. Onde [parar de fumar] vai trazer uma angústia, uma falta, uma perda”, explica Renan.
Falta do cigarro
O psicólogo conta que a falta do cigarro fará com que a pessoa entre em um estado de colapso físico e mental. “A abstinência vai causar irritabilidade. Tudo incomoda. Nada está bom. Outro ponto é a sudorese, a pessoa começa a suar, vai ter tremedeiras, vai escorrer o nariz. O corpo começa a entrar em colapso porque está desintoxicando. É uma síndrome de abstinência de vontade psicológica. Vai ter uma ansiedade e um desespero muito grande. A pessoa vai ficar desorientada mentalmente. O cigarro causa sintomas parecidos com quem tem abstinência de crack ou álcool. É uma dependência

