31/03/2021
No período da Semana Santa muitos católicos costumavam ir às missas. Em anos normais, na Sexta-feira Santa chegava a faltar espaço nas igrejas, pois até mesmo os menos praticantes acabavam aproveitando a data para rezar e fazer atos de penitência.
Neste ano, com o aumento das contaminações pelo coronavírus e com os decretos municipais e estaduais que restringem aglomerações, incluindo as motivadas por práticas religiosas, a Semana Santa terá que ser diferente.
O pároco da Matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padre Nelson Bueno da Silva, orienta as pessoas para que vivam a Semana Santa, período muito importante na tradição cristã católica e que façam isso em suas casas como se estivessem na igreja. “Vocês não estão na igreja, mas a igreja está em vocês, e mais ainda, cada um carrega a igreja dentro do coração”, disse o padre.
Segundo ele, as penitencias e práticas – como jejuar na Sexta-feira Santa – permanecem as mesmas, mas com cada família em sua casa. Já as celebrações acontecerão nas igrejas e serão transmitidas pelas redes sociais, para que as pessoas possam acompanhar e praticar seus atos de fé.
“Vivam principalmente a Sexta-feira da Paixão, tendo consciência do Cristo apaixonado por cada um de nós, que se entregou por amor. Vamos viver esse momento intensamente, de formas adaptadas e criativas. Na quinta-feira as pessoas podem organizar um jarro de água e uma vela, simbolizando o lava pés, na sexta podem preparar uma toalha vermelha com uma cruz, no sábado podem ter velas, água, toalhas brancas, e no domingo de Páscoa também”, sugere o padre Nelson.
Fiéis e padres sentem falta de ir à igreja
A religiosidade faz parte da do dia a dia da maioria da população e muitos se sentem tristes, em certos momentos, por não poderem frequentar as igrejas, apesar de compreenderem a necessidade de respeitar as restrições devido à pandemia.
O pároco da Matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro comenta que tanto a comunidade como os próprios padres sentem falta de ir presencialmente à igreja. “Os padres também sentem essa falta, pois não é a mesma coisa que ter o povo presencialmente nas celebrações. Quantas vezes cobrávamos as pessoas que não estavam vindo à igreja, e agora temos que pedir para que não venham”, relata o padre Nelson.
Outra dificuldade, segundo ele, é quando os decretos liberam as celebrações com uma pequena porcentagem de ocupação. “Às vezes, você fica pensando quando os decretos deixam ter celebrações com poucas pessoas: ‘Qual é o critério de deixar uma pessoa entrar e outra não?’ Se fizermos isso vamos acabar cometendo injustiças, por isso muitas vezes é melhor continuar apenas com as transmissões”, explica.
Diante dos números da pandemia e dos espaços limitados nas igrejas, o padre acredita ser melhor continuar remotamente as celebrações da Semana Santa e da Páscoa, sem perder o sentido da importante data.
Páscoa e celebrações online
A Páscoa – celebração da ressureição de Cristo – é considerada o maior feriado para os cristãos, e nos dias que a antecedem, na Semana Santa, são feitas penitencias pelos católicos, assim como durante toda a Quaresma, para lembrar o sofrimento e a morte do Messias para salvar a humanidade. São praticadas ações como jejuns, orações e obras fraternas, com intuito de se aproximar do que é divino. Devido à pandemia, tudo que era normal de ser feito presencialmente pelos fiéis nas igrejas, passou a ser adaptado para evitar o contato social.
Desta forma, as celebrações da Semana Santa, incluindo as da Sexta-feira da Paixão e do Domingo de Páscoa, acontecerão por meio de transmissões ao vivo pela internet e poderão ser acompanhadas pelos católicos, em seus lares.
Campanha da Fraternidade 2021
Neste ano, a Campanha da Fraternidade, que ocorre na Quaresma e é ecumênica, também, foi adaptada. Em Irati, não houve gestos concretos, mas foram feitas compreensões e discussões sobre o tema, que é “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”.
O tema se refere às igrejas, católica e evangélica, se unirem em Cristo para que busquem o mesmo objetivo que é Jesus, que veio para formar a unidade e não para dividir.
“Nós temos a diferença em nosso meio, todo ser humano é diferente um do outro, assim como as igrejas também são, mas temos que trabalhar unidos, inclusive neste momento de pandemia. Precisamos estar unidos mais do que nunca em prol da vida, da fé, da alegria, respeitando e esquecendo as diferenças, pois há muito mais em comum para nos unir, do que nos separar”, finaliza o pároco da Matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Texto: Da Redação/Hoje Centro Sul
Foto: Pixabay