“Sejam professores por amor”, aconselha aposentada que ensinou durante 40 anos
Por que escolher trabalhar como professor? Uma professora em início de carreira e outra que atuou por quatro décadas relatam o que as motivou a atuar na educação
Cecília do Amaral Ivatiuk deu aula durante 40 anos e conta que sempre atuou por amor à docência, assim como sua mãe, Ana Amaral Gruber. Na família da aposentada também há outras pessoas que escolheram a profissão de ensinar. “Sempre falo para os meus netos que sejam professores por amor, tudo o que eu fazia era por amor, era professora porque eu gostava mesmo”, diz Cecília, que começou a trabalhar em Gonçalves Júnior no ano de 1960. Depois, ao longo de sua carreira, atuou na Escola Francisco Vieira de Araújo e no Colégio São Pedro Canísio.
Karen Cristine Sarraff leciona há menos de cinco anos e além de gostar de ensinar, acredita que pode influenciar positivamente a sociedade através desta profissão. “Ser professor envolve muito amor aos alunos, é muito gratificante ver a evolução deles, fazer com que se sintam confiantes. Acredito que ser professor vai além de ensinar, é abrir as portas do mundo e ajudá-los a decidir suas escolhas, formar adultos responsáveis, ser parte da construção de uma sociedade mais justa, uma construção social, cultural, cognitiva, afetiva e humana dos alunos”, diz a professora, que trabalha desde 2017 na Escola Municipal do Campo São Miguel, localizada na área rural de Rebouças. Karen dá aula para crianças do 4º e 5º ano e para a educação infantil.
Cientes da participação que têm na vida dos alunos – desde o professor primário que cuida do início da alfabetização até o professor universitário que leciona no doutorado e auxilia os estudantes em projetos originais – o sentimento de realização é comum entre eles quando veem seus ex-alunos bem-sucedidos. “Eu fico feliz da vida quando encontro meus ex-alunos. O médico que cuidava do meu falecido marido foi meu aluno, vejo dentistas que foram meus alunos, um ex-aluno hoje é juiz, a gente se sente bem contente de ver essas pessoas”, conta Cecília.
Valorização
Hellen H. Bueno e Denilson João Alessi têm dois filhos, João Guilherme de 17 anos que está no 2º ano do ensino médio, e Luiz Henrique de sete anos e frequenta o 2º ano do ensino fundamental. O casal ressalta a importância de valorizar os professores e a escola, imprescindíveis para a formação dos cidadãos. “Sabemos da responsabilidade e compromisso ao socializar e democratizar o acesso ao conhecimento, de auxiliar os pais na construção da moral e da ética. Procuramos sempre falar a mesma língua que os professores, pois acreditamos, de maneira vivenciada, que a parceria família e escola é a receita para o bom aprendizado e para a construção de um cidadão crítico e resiliente”, disse Denilson.
Cecília do Amaral Ivatiuk compara a sua experiência docente com os relatos atuais a respeito da valorização dos professores. “Os alunos antigamente obedeciam mais os professores, os pais também tinham mais respeito, pelo que eu vejo falar, mudou muito o respeito com os professores. Vejo que alguns pais estão deixando a responsabilidade só para os professores, até para educar”, diz. Ela relata que em outros tempos, quando o professor chamava um pai na escola para contar que o filho não estava fazendo a tarefa ou não estava se comportando, a razão estava sempre com o professor. “Hoje muitos pais não têm mais autoridade com os filhos e a

