Santa Casa de Irati pede ajuda de municípios e reajuste dos repasses do SUS para sair do vermelho

Por Redação 4 min de leitura

Na paralisação realizada na terça-feira (18), o provedor e o presidente do Conselho Administrativo da Santa Casa pediram que os municípios da região auxiliem no custeio dos atendimentos dos pacientes encaminhados para Irati

A Santa Casa de Irati fez uma paralisação temporária nos atendimentos na manhã de terça-feira (18) como uma forma de protesto para informar a população sobre a saúde financeira da instituição, que atualmente encontra-se insustentável, de acordo com o provedor Ladislao Obrzut Neto. Na oportunidade, ele destacou os pontos que acredita que precisam ser revistos para que a situação seja normalizada em até dois meses. Dentre os ajustes propostos pelo provedor, estão o apoio financeiro dos prefeitos da região à Santa Casa para custeio dos atendimentos realizados e a revisão, junto à Secretaria de Estado de Saúde do Paraná (Sesa), dos valores dos atendimentos feitos através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ladislao esteve na segunda-feira (17) em Curitiba para conversar com deputados e também com o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, sobre as mudanças necessárias para que o hospital continue com os atendimentos, podendo efetuar o pagamento de funcionários e fornecedores. Ele foi recebido pelo chefe de gabinete da Sesa, Ian Sonda.

“Nós conversamos com o Conselho Deliberativo para fazermos o movimento de paralisação e eu fui levar esse movimento para a Secretaria de Saúde. Tivemos um acerto de aguardar dois meses. O compromisso dele é em nos ajudar na negociação com os prefeitos da região para que eles façam repasses financeiros. Também uma revisão no nosso contrato com o SUS para não termos percas e sobreviver”, descreve Ladislao.

O provedor afirma que já faz mais de uma década que não há reajuste no repasse do dinheiro para as Santas Casas do estado e que a situação em Irati está insustentável. “O próprio secretário de Saúde, Beto Preto, já comentou a questão da defasagem nos pagamentos pelos procedimentos pelo SUS, que não são reajustados há mais de 10 anos. Só nesse período de alguns anos nós tivemos mais de 1.563% de aumento do salário mínimo e a Santa Casa não teve quase nada. Sem reajuste nenhum, tem que arcar com todos os compromissos – como salário, impostos, água, luz, medicamento, comida –, para se manter. Então, com isso, nós chegamos a uma defasagem financeira, ou seja, o aporte que chega não dá para cumprir os compromissos”, afirma Ladislao.

Contrato com a Sesa

A Secretaria de Estado de Saúde do Paraná repassa os valores pelos serviços realizados na Santa Casa de Irati. “[O contrato] foi feito há mais ou menos 12 anos, mas foi feito apenas com a administração da Santa Casa. Basicamente é feito através de procedimentos, número de consultas, número de internamentos, número de exames e é preciso atender a um nível de porcentagem para poder receber integral. É injusto, porque você está com a porta aberta, a casa está funcionando, mas não consegue manter esse convênio”, afirma o provedor. 

O dinheiro vindo do SUS é repassado pelo Governo Federal para o Estado, que administra e repassa para a Santa Casa de Irati. “O repasse é feito através do Governo do Federal e do Governo do Estado, mas há um descompasso em torno de R$ 600 mil em um mês, R$ 700 mil em outro. É uma instabilidade por causa do aumento do salário, dos insumos e da medicação, e tudo isso nós não conseguimos manter. Vamos negociando a noss