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Santa Casa adere ao movimento “Chega de Silêncio” e expõe déficit de R$ 462 mil/mês

22/04/2022

Santa Casa adere ao movimento “Chega de Silêncio” e expõe déficit de R$ 462 mil/mês

A Santa Casa de Irati paralisou os atendimentos eletivos – consultas e cirurgias – por um dia,  nesta terça-feira, 19 de abril, aderindo ao movimento “Chega de Silêncio”, organizado pela  Confederação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB).  A entidade, que representa 1.824 hospitais filantrópicos brasileiros, propôs o ato para expor a crise enfrentada pelos estabelecimentos que atendem a população através do Sistema Único de Saúde (SUS).

 “A tentativa é conscientizar toda a população que utiliza o atendimento eletivo na Santa Casa, que sem ele alguma coisa pode acontecer, não vão ter sua consulta eletiva, sua cirurgia eletiva. Vamos tentar movimentar a população para olhar para as Santas Casas e também ajudar na pressão. A Santa Casa está num trabalho de melhoria do atendimento de ampliação do atendimento, mas para isso nós precisamos ter recursos”, destacou Ladislao Obrzut Neto, provedor da Santa Casa de Irati ao comentar a adesão do hospital ao movimento.

Segundo Ladislao, 94% dos atendimentos na Santa Casa de Irati são feitos pelo SUS e dependem de recursos Federais e Estaduais para o custeio.

 De acordo com a Confederação das Santas Casas, “desde o início do plano real a tabela SUS e seus incentivos foi reajustada em média em 93,77%, enquanto o INPC foi 636,07%, o salário-mínimo foi 1.597,79% e o gás de cozinha 2.415,94%”.

No Brasil inteiro isto representa 10,9 bilhões de reais por ano de desequilíbrio econômico e financeiro na prestação de serviço ao SUS, aponta a entidade.

Em Irati, representantes da Santa Casa participaram na última semana de uma reunião com os prefeitos da região, onde expuseram que há um déficit mensal de R$ 462 mil devido à desatualização da tabela SUS. Explicaram o problema aos prefeitos no dia 12, na sede da Associação dos Municípios do Centro Sul do Paraná (Amcespar), o diretor administrativo da Santa Casa de Irati Sidnei Barankievcz e o provedor do hospital Ladislao Obrzut Neto.

Sidnei destacou que se for aprovado o reajuste de 15% que o sindicato dos trabalhadores do setor de saúde está exigindo e o novo piso para enfermagem (Projeto de Lei 2564/20) que já está sendo discutido no Congresso Nacional, os prejuízos mensais passarão de R$ 1 milhão, tornando impossível a continuidade dos atendimentos.

“Dez anos sem nenhum tipo de reajuste foi o exemplo básico que eu dei para qualquer funcionário: qualquer um que receba um salário fixo mensal se hoje estivesse recebendo o que recebia há dez anos, sem nenhum reajuste, teria condições de se manter? Dificilmente. É o que está acontecendo com a Santa Casa, dez anos sem reajuste, tendo que arcar com todos os custos que aumentaram”, disse Sidnei.

Ele ainda apontou que a forma de conviver com esse problema é parcelar as contas do hospital, o que em longo prazo agrava a situação, tendo em vista os juros cobrados.

Pedido aos deputados

Em documento encaminhado aos deputados federais no dia 07 de abril pela Confederação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), a entidade requer: “A alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, em caráter de urgência urgentíssima e sob a égide da responsabilidade tripartite no financiamento do SUS, em simultaneidade à aprovação do PL2564/20, como única alternativa de assunção das obrigações trabalhistas decorrentes do PL, assim como para a imprescindível adequação ao equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento com o SUS”.

O Projeto de Lei (PL) 2564/20, do Senado, institui piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras.

Na região, após tomarem ciência das dificuldades enfrentadas pela Santa Casa de Irati, os prefeitos se comprometeram a buscar seus representantes políticos em esferas superiores (deputados e senadores) para pedir recursos para custeio da Santa Casa de Irati.

Tabela SUS

Os prefeitos da Amcespar também decidiram pressionar pelo reajuste da Tabela do SUS durante a XXIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que acontece em Brasília entre os dias 25 e 28 de abril.

“Nós precisamos, neste momento, fazer uma pressão, tanto no Governo do Estado quanto no Governo Federal, que atualizem essas tabelas do SUS, que vai ali consultas na faixa de R$ 40 a R$ 60 são pagos para os médicos. Os médicos não querem mais receber Tabelas SUS. Eles têm as suas clínicas, mas ainda estão atendendo na Rede SUS. Isso está agravando o problema da Santa Casa”, disse o presidente da Amcespar, prefeito de Inácio Martins, Júnior Benato.

Texto: Letícia Torres e Fabrício Dziadzio

Fotos: Fabrício Dziadzio /Hoje Centro Sul

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