Realmente temos pouco tempo ou não sabemos cuidar dele?

Por Redação 3 min de leitura

O que é o tempo? O que fazer com ele? Realmente há falta de tempo? A filosofia explica que é preciso refletir sobre as escolhas do dia a dia e desenvolver consciência temporal.

Você já teve a sensação que o tempo parece estar fluindo mais rapidamente? Apesar de todos os dias terem as mesmas 24 horas, dependendo da tarefa a ser realizada, a percepção da passagem do tempo pode variar. A filosofia acredita que as escolhas de cada indivíduo é o que determinam a sua compreensão do tempo.  

“Como percebemos a realidade a partir da sensibilidade, isto é, a partir dos órgãos dos sentidos, acabamos tendo certa subjetividade na percepção temporal. Assim, cada um percebe o tempo de sua maneira, e, consequentemente, dependendo do contexto e da situação, o modo como percebemos a passagem do tempo pode ser alterado, fazendo com que, por exemplo, situações agradáveis nos façam ter uma percepção do tempo mais rápida e situações chatas e penosas nos façam ter uma percepção bem mais lenta”, explica o professor de filosofia da rede estadual de ensino Rodrigo Diedrich dos Santos.

Ele avalia que quando alguém vivencia situações onde está feliz ou satisfeito com a ação que realiza, pode haver distração em relação à passagem do tempo; o contrário acontece quando é preciso realizar algo que não gosta.

Além disso, a percepção do tempo pode estar relacionada ao modo como é gerenciado o dia a dia. “O tempo é algo que sempre intrigou o ser humano, pois é a partir dele que contabilizamos os momentos e organizamos a nossa vida. Pensar a questão da natureza do tempo e as suas peculiaridades tem sido um dos maiores problemas filosóficos ao longo da história da humanidade”, descreve o professor, que atua no Colégio Estadual Antonio Xavier da Silveira, em Irati.

Rotinas

Otávio Menon é acadêmico do curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física. Ele estuda em dois locais diferentes e sua agenda semanal é sempre cheia. “No período integral, das 7h às 16h50, realizo as atividades relacionadas à licenciatura. São as aulas, reuniões, desenvolvimento de projetos e pesquisas, monitoria, estágios na rede escolar, entre outras demandas. No período noturno, realizo as questões relacionadas ao bacharelado, como por exemplo, o estágio em uma academia, das 17h às 22h”. Além disso, ele busca manter-se fisicamente ativo, praticando exercícios físicos quando consegue um tempo livre. Seu lazer fica para os finais de semana, quando aproveita o dia com sua namorada.

Para muitas pessoas, pensar em uma agenda cheia como a de Otávio seria pensar também em uma rotina maçante e cansativa. No entanto, ele comenta que por estar fazendo aquilo que gosta, ter tantas responsabilidades é como uma diversão. “Eu não sinto dificuldade, porque realizo o que sempre desejei. A prática de organização e planejamento é o que favorece todas essas demandas. Organizo as atividades por prioridades que serão realizadas de acordo com os dias”, comenta. “Eu vejo uma passagem rápida por conta das demandas. Sinto aproveitamento do que realizo, pois estou na construção do meu futuro, buscando mais e mais. É o que torna prazeroso”, acrescenta Otávio.

Outra estudante que tem uma rotina semanal cheia é Bárbara Ellis de Souza. Ela precisou adaptar seus dias para poder dar conta de cumprir todas suas tarefas e ainda praticar exercícios físicos. “Segunda e terça-feira eu tenho aula de