Quaresma: Mais do que renúncia, um chamado à transformação pessoal e solidariedade

Por Redação 3 min de leitura

Líderes religiosos destacam que mais do que um período de restrições, a Quaresma é um convite para a reflexão e para a transformação espiritual, através da prática da justiça e da solidariedade

Muito além do jejum e da penitência, para os católicos e para alguns evangélicos, a Quaresma é um convite à reflexão, ao perdão e ao compromisso com a fé. Líderes religiosos ressaltam que esse período não tem como objetivo apenas fazer com que as pessoas abram mão de pequenos prazeres, mas que busquem uma verdadeira renovação espiritual, um propósito. Também para que pratiquem a solidariedade e fortaleçam a conexão com Deus e com o próximo.

Dom Bruno Elizeu Versari, bispo da Diocese de Ponta Grossa, sugere que as pessoas façam um propósito de vida.  “O tempo quaresmal inicia na Quarta-Feira de Cinzas. A gente recebe as cinzas para marcar o início de um caminho, o início de um propósito. Não é deixar de tomar refrigerante, de comer chocolate, mas fazer um propósito de vida. Durante esse período, eu quero me empenhar mais nisso, talvez em rezar, talvez escutar os filhos, dar atenção aos idosos… A Igreja nos convida ao cuidado com o meio ambiente, vai nos propor várias iniciativas. Isso que vai culminar na Semana Santa”, afirma Dom Bruno.

👉 ​Receba as notícias do Hoje Centro Sul no seu celular

No ano litúrgico católico, a Quaresma é um dos momentos mais significativos, pois marca os quarenta dias de preparação para a Páscoa. Mais do que um tempo de penitência, motiva a reflexão sobre a justiça, o jejum e a oração, como explica o padre Hilario Opaski, da Paróquia Imaculado Coração de Maria, em Irati, do rito católico ucraniano.

“A Quaresma tem três fases: a esmola, a oração e o jejum”, destaca o padre. Segundo ele, a esmola não se resume à doação material, mas à capacidade de olhar para o outro e reconhecer suas necessidades. “Sabemos que isso nunca resolverá completamente o problema do necessitado, mas o que importa é a forma como enxergamos o sofrimento do próximo e como nos colocamos à disposição para ajudar”, destaca.

A oração, por sua vez, é a conexão com Deus e com o próprio interior. “Na oração, agradecemos, pedimos e louvamos. Mas também renovamos nossa fé e compreendemos melhor nosso papel na caminhada cristã”, explica o padre Hilario.

O jejum, a terceira fase da Quaresma, não se trata apenas da abstinência de carne, mas da renúncia àquilo que parece essencial, mas que pode ser superado. “Jejuar é privar-se de algo que consideramos muito importante e depois perceber que talvez não fosse tão essencial assim”, explica.  O padre da Paróquia Imaculado Coração de Maria cita alguns exemplos. “Por exemplo, o fumante. O fumante sabe que não pode ficar sem fumar. Mas ele faz esse jejum. No final dos quarenta dias talvez ele não fume mais. Ele vai perceber que não era tão necessário. A mesma coisa com quem bebe, se ele fizer essa jornada desses quarenta dias, ele estará ajudando o corpo físico, a saúde e também a vida espiritual. Eu creio que hoje a primeira coisa quando você pensa em Quaresma, lembra o jejum de carne. Mas qual é a diferença entre um pedaço de tilápia e um b

Gostou? Compartilhe!