Qual o diferencial dos empreendimentos de sucesso?
Criar um plano de negócios detalhado, onde estejam previstos os possíveis problemas a serem enfrentados é uma das principais orientações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Maria Sobutka identificou uma oportunidade e decidiu abrir uma panificadora em um bairro que não possuía este tipo de estabelecimento em Irati, na época. Em parceria com suas duas irmãs, elas começaram com recursos limitados e expandiram. “Tivemos a ideia de abrir uma panificadora na Vila Matilde, que na época não tinha nenhuma. No começo não foi fácil, começamos apenas com mil reais em dinheiro para comprar os produtos para as comidas e os maquinários. E logo no primeiro dia em que abrimos já veio bastante gente conhecer e comprar, foram comentando um para o outro e começaram a surgir encomendas”, lembra.
Pela proximidade do Instituto Federal do Paraná, o local se tornou estratégico e passou a atender alunos e professores. “Como no IFPR os alunos ficavam o dia todo e muitas vezes eles vinham de outras cidades da região, precisavam almoçar, então começamos a servir prato feito e lanches. Os professores passaram a vir também, até que um dia a diretora do IFPR pediu para que passássemos a servir café nos eventos, o que o impulsionou os lucros”, conta Maria.
A empresa estava funcionando bem com cada uma das três sócias responsável por um setor da panificadora. “No início, nós nos dávamos muito bem. Uma era responsável pelos bolos, outra pelos pães, eu vendia no balcão meio período e depois eu ia ajudar a fazer massas. Logo no início foi necessário contratar alguém para assumir o balcão, a minha sobrinha estudava de manhã e atendia no período da tarde”, conta.
Conflito de interesses
Após quatro anos da abertura do empreendimento, uma das sócias precisou sair dos negócios por devido a questões de saúde. Na mesma época, os problemas começaram também dentro da empresa, envolvendo Maria e a outra sócia. “No início, a ideia era continuar a sociedade em um novo espaço mais amplo, a nova casa dela. A proposta que ela me fez era ela entrar com o novo espaço e eu com todos os maquinários. Comecemos a nos desentender devido a isso, pois eu acreditava que não compensaria esse novo acordo, pois os maquinários, com o tempo, se desgastam e estragam”, lembra Maria.
Além disso, ela conta que devido à proximidade familiar, assuntos pessoais que não tinham relação com a empresa acabavam por fazer parte dos desentendimentos, o que gerou briga e o fim da sociedade. Atualmente, Maria trabalha fazendo bolos e doces sob encomenda, em sua própria casa.
O advogado e presidente da OAB – subseção Irati, Mário Cézar Pianaro Angelo, explica que ideias incompatíveis entre os sócios podem fazer com que uma empresa não funcione. “Normalmente os conflitos ocorrem em razão da indefinição das funções de cada sócio e forma de divisão do resultado. Um elemento básico para o sucesso da empresa é a harmonia entre seus dirigentes, quando cada um tem uma ideia diferente, dificilmente a empresa irá prosperar”, destaca.
Para evitar esse tipo de conflito e consequentemente o possível fim de uma empresa, o advogado sugere que seja feito um contrato formal entre os sócios, deixando claro o plano de negócios da empresa. “A grande maioria das desavenças poderia ser evitada com a elaboração de um contrato social detalhado, que de fato represente o plano de negócios da empresa e contemple as regras que deverão ser seguidas nas situ

