Qual a influência das telas no desenvolvimento intelectual e físico das crianças?

Por Redação 3 min de leitura

Em meio à era digital, ver crianças pequenas utilizando celulares tornou-se uma realidade e surge a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o uso desses dispositivos e o desenvolvimento saudável. Como pais e educadores enfrentam esse desafio? A psicóloga clínica Paola Padilha dos Anjos Velozo e a pedagoga Aline Alves de Oliveira compartilham estratégias para promover uma abordagem equilibrada nessa jornada de crescimento infantil

A presença cada vez mais expressiva de crianças e adolescentes na internet, utilizando dispositivos como celulares e tablets, tende a continuar aumentado. Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad/TIC), aproximadamente 85% das crianças com idades entre 10 e 13 anos no Brasil já estão conectadas ao mundo digital. Contudo, a realidade vivenciada por profissionais da educação e do desenvolvimento revela que costuma ser ainda mais precoce a imersão na internet, o que desperta preocupações quanto ao impacto no desenvolvimento a longo prazo.

“As crianças que são expostas por um longo período às telas tendem a manifestar um atraso no seu desenvolvimento de forma geral. É importante impor limites no uso de telas de acordo com as idades e etapas do desenvolvimento das crianças e adolescentes. É válido ressaltar que, em todas as idades, não se recomenda o uso de eletrônicos de forma isolada, nem durante as refeições”, descreve a psicóloga clínica Paola Padilha dos Anjos Velozo.

Por sua vez, a pedagoga e doutora em Educação para a Ciência e a Matemática, Aline Alves de Oliveira, avalia que muitos pais não respeitam o tempo de uso adequado de dispositivos eletrônicos, conforme a faixa etária de seus filhos. “Muitos pais acabam deixando os filhos ficarem por tempo muito na internet. E essas crianças começam a receber uma carga de alegria a cada segundo. Essas crianças, se não forem ensinadas a lidar com frustração, elas não vão aprender a lidar com o ‘não’, não vão aprender a lidar com as coisas difíceis que o mundo futuramente irá cobrar”, comenta.

É preciso brincar para se desenvolver

A psicóloga Paola Padilha dos Anjos Velozo destaca que a ausência de interações físicas com brinquedos e atividades no mundo real também pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades essenciais para a vida adulta. “As brincadeiras são indispensáveis para o desenvolvimento completo da criança. Ao pegar coisas, explorar o mundo, subir, descer, cair, a criança desenvolve habilidades físicas importantes. Dessa forma, quando a criança não é exposta adequadamente a essas situações, isso interfere no seu desenvolvimento. É através desse brincar, principalmente com o outro, que a criança aprende a compartilhar, lidar com a frustração da perda, saber esperar sua vez, interagir de forma positiva, etc.”

Luis Henrique Mika tem 14 anos e ganhou seu primeiro celular neste ano. De acordo com sua mãe, ele usa o aparelho quando precisa fazer alguma pesquisa para a escola ou aprender algo através de videoaulas.

“Ele tem o celular dele, mas usa com um certo limite. Ele usa para pesquisas para escola, mas mesmo assim, eu monitoro bastante. Quando ele entra no YouTube, eu vejo o que ele está assistindo, é bem controlado. Não deixamos ele esque