Protagonistas na política, elas falam sobre poder e gênero
As últimas eleições brasileiras fizeram o país sair da 154ª posição para a 134ª posição no ranking mundial de 172 países de Mulheres na Política, organizado pela ONU Mulheres.
Na Câmara de Deputados brasileira, das 513 vagas, 77 são ocupadas por mulheres, uma representação de 15%. Já no Senado, das 81 vagas, 12 são de mulheres, uma representação de 14,8%.
Apesar do crescimento, as mulheres ainda estão longe de uma representação igualitária na política. Na América Latina e países caribenhos, a média de representação em Câmara de Deputados, por exemplo, é de 28,8%.
Para entender mais sobre a representação na política brasileira conversamos com três mulheres que atuam localmente e nacionalmente: a deputada federal Leandre Dal Ponte, a prefeita de Fernandes Pinheiro, Cleonice Schuck e a vice-prefeita de Teixeira Soares, Juliana Belinoski.
O que te motivou entrar na política?
Leandre Dal Ponte:Eu trabalhei muitos anos à frente da Casa de Apoio Ideal, em Curitiba, recebendo milhares de pessoas que vinham de suas cidades, a maioria no interior do Estado, para a capital em busca de um tratamento de saúde. Eu sempre ajudei aquelas pessoas como eu pude. Mas chegou um momento que eu precisava fazer mais por elas. Eu percebia e convivia diariamente com pessoas que necessitavam do acesso à saúde e sofriam com a burocracia do sistema, a falta de acesso, a demora dos atendimentos. Então, percebi que eu só poderia ajudar ainda mais aquela gente se eu entrasse para a vida pública para levar a saúde mais perto das pessoas e para isso, percebi que precisamos participar das decisões que afetam as nossas vidas.
Cleonice Schuck: O que motivou foram os desafios da gestão pública, a possibilidade de trabalhar para uma sociedade mais justa e o bom uso do dinheiro público, percebendo o benefício para a coletividade, aliados à visão feminina de ampliar o leque de atividades, em prol do bem comum.
Juliana Belinoski:Foi através do meu pai Miguel Belinoski, Miguelzinho (in memoriam), seguindo seus ensinamentos e trabalho para melhorar as condições de vida das pessoas, sempre buscando o desenvolvimento do município. Através desses exemplos que ele praticava é que ingressei na vida política. Ele sempre me falava que através da boa política é que conseguimos transformar a vida das pessoas, mas para isso acontecer tem que se envolver, participar e, acima de tudo, enfrentar os grandes desafios de uma vida pública.
Como você vê a mulher na política brasileira?
Leandre Dal Ponte: Eu vejo que as mulheres estão preparadas para assumir cargos de liderança. Não apenas na política, mas na sociedade como um todo, ocupando espaços de decisão de forma que isso represente o percentual da população de mulheres no Brasil.
Cleonice Schuck: Com grande capacidade de contribuição, mas ainda com um número pequeno, comparando com os homens ativos!
Juliana Belinoski: A mulher aos poucos vem ganhando seu espaço na política desde a década de 1930, seja como eleitora ou como candidata a cargos públicos. Ainda há muito a ser alcançado nas esferas municipais, estaduais e federais de uma maneira igualitária. Ainda somos a minoria na política brasileira. Em meio &agrav

