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Projeto de alunos da Unicentro que motiva as pessoas a conhecerem Irati é premiado

15/06/2025

Projeto de alunos da Unicentro que motiva as pessoas a conhecerem Irati é premiado

Dentre 300 trabalhos inscritos, o projeto dos estudantes do curso de Turismo da Unicentro ficou em primeiro lugar no 19º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu. Através do projeto, placas de sinalização com QR Code foram instaladas em vários pontos turísticos de Irati contando as principais informações sobre o local em áudio, texto e fotos históricas

 

O projeto “Além das placas: inovação digital na educação patrimonial com o uso de QR Codes” dos alunos e professores do curso de Turismo da Unicentro de Irati foi premiado no 19º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu, na última semana. Através do projeto, placas de sinalização com QR Code foram instaladas em vários pontos turísticos de Irati, como igrejas, parques e prédios históricos, para fornecer aos visitantes as principais informações sobre o local.

Receberam as placas, a Igreja Nossa Senhora da Luz, a Colina Nossa Senhora das Graças, a Estação Ferroviária, a Casa da Cultura, o Parque Aquático, a Unicentro, a Igreja São Miguel e a Igreja Imaculado Coração de Maria. A partir do QR Code é possível ter acesso a áudio, texto e fotografias históricas para tornar a experiência mais acessível e completa.

A ideia surgiu em 2021, dentro da disciplina Elaboração de Produtos Turísticos, quando a então acadêmica Fernanda Maria Wrobel fez um sistema de educação patrimonial para um dos pontos turísticos da cidade de Irati: a Igreja Nossa Senhora da Luz. O professor Diogo Lüders Fernandes a orientou no trabalho. “O primeiro protótipo era o áudio, um PDF para as pessoas que têm deficiência auditiva poderem também ter informação sobre o atrativo”, conta o professor. Segundo ele, nesse material havia fotos antigas, informações importantes e dados úteis – como o telefone, quem é o responsável e endereço do atrativo. O protótipo foi apresentado na disciplina do curso de Turismo e ao Conselho Municipal de Turismo.

A aceitação foi excelente, tanto que em 2022, a ideia foi a aproveitada na disciplina Projeto Integrador, que faz parte do último semestre do curso de Turismo.

“A ideia da disciplina é que os alunos possam entregar para a comunidade uma solução, um projeto que envolva todo o conteúdo que eles aprenderam no curso de turismo. E em 2022, com base nesse projeto que a Fernanda tinha elaborado, a gente decidiu ampliar ele para os demais atrativos turísticos da cidade de Irati. No total, foram elaboradas oito placas, todas seguindo o padrão do Sistema Nacional de Sinalização Turística”, explica o professor.

Estruturação do projeto

Para que a proposta pudesse sair do papel, os principais atrativos turísticos da cidade foram definidos e os alunos começaram a trabalhar.  Na disciplina Turismo Cultural, os estudantes do primeiro ano do curso fizeram a pesquisa teórica para obter informações sobre o histórico de cada ponto. Os do segundo ano fizeram o levantamento fotográfico e os do terceiro ano definiram um roteiro de circulação entre os pontos turísticos e gravaram áudios.

“Primeiro foi feita uma pesquisa bibliográfica e documental, em arquivos, trabalhos científicos, que falavam ou que discutiam sobre o turismo na cidade de Irati. Então, teve dissertação de mestrado, teve TCC, pesquisamos em um inventário turístico municipal, houve uma conversa com as pessoas responsáveis pelos atrativos, para que pudessem nos contar um pouco mais sobre essa história. Posteriormente, os alunos foram a campo para ver os atrativos, fizeram um registro fotográfico, pesquisaram as fotos antigas, para a gente poder pegar esses registros”, conta Diogo.

Custo baixo

Para a execução do projeto, a universidade disponibilizou uma cabine de gravação, onde foram produzidos os áudios. A equipe de comunicação da entidade auxiliou os alunos na produção e correção dos textos. O Glide, utilizado para confecção do aplicativo é uma plataforma “No Code” gratuita.

“Geramos QR Codes, mas a gente não tinha como colocar isso nos atrativos, porque faltava ainda a parte principal, que era fazer as placas. Fomos em busca de ver quanto custava cada placa. Os alunos do terceiro ano pesquisaram como era o formato oficial das placas, porque há um Guia de Sinalização Turística Nacional, que normatiza como essas placas devem ser colocadas. São placas 40 por 40, quadradinhas, para ser colocadas na frente dos atrativos”, detalha o professor.

Segundo Diogo, com todo o trabalho de elaboração do projeto realizado pelos alunos e professores, a confecção de cada placa custou apenas R$ 80,00 e foram conseguidos patrocínios nas empresas para o custeio das oito placas instaladas. Uma delas, a da Colina Nossa Senhora das Graças sofreu vandalismo e terá de ser refeita. 

Roteiro com georreferenciamento

O professor Diogo Lüders Fernandes relata que o fato de participar da Incubadora de Negócios de Irati (INET), o levou a fazer capacitações nas áreas de empreendedorismo e de produtos digitais. Com isso, ao auxiliar os alunos a idealizar o projeto, foi criado um aplicativo através da plataforma Glide (sem código) para integrar as informações.

“Colocamos o áudio, o texto e as fotografias que já tínhamos planejado. E colocamos um roteiro, onde o aplicativo indica para as pessoas os atrativos próximos. Então, se ela está na Igreja Nossa Senhora da Luz, são indicados dois atrativos, os mais próximos”, explica.

Dentre os pontos mais próximos estão a Casa da Cultura e a igrejas Imaculado Coração de Maria e São Miguel.

“E, por meio de georreferenciamento, as pessoas que estão com o aplicativo aberto podem clicar e vão entrar no Google Maps e ter o direcionamento para o atrativo”, relata o professor de turismo.

Ao final, as pessoas são convidadas a participar de uma pesquisa de satisfação, em que respondem sobre o município.

História de Irati

O roteiro turístico sugerido tem início na estação ferroviária, onde Irati começou, passa pela Casa da Cultura, que tem um acervo rico, pela imagem de Nossa Senhora das Graças, construída para comemorar o cinquentenário do Município e por outros pontos marcantes da história de Irati.   “Cabe frisar que essa solução que a gente trouxe vai além do turismo. Ela serve como uma educação patrimonial para o próprio município. É contar a história do município por meio dos seus atrativos turísticos, por meio do seu patrimônio edificado. Porque você passando pelos oito atrativos da cidade, você vai conhecer toda a história do município”, destaca Diogo.

O professor acredita que esta forma de estudar a história de Irati poderia ser utilizada pelas escolas.

Educação inclusiva

O professor Diogo Fernandes também evidencia a importância do trabalho desenvolvido na Unicentro pela Divisão de Inclusão e Acessibilidade (DIA), coordenada pela professora Adriane Meyer Vassão. Isso porque a acadêmica que idealizou a proposta, Fernanda Maria Wrobel, é uma aluna que tem a necessidade de uma educação acessível, que tinha uma tutora durante a graduação, Leila Maria Musial Bettes. 

“Era uma aluna PcD que teve um desenvolvimento maravilhoso dentro do curso de Turismo. Foi premiada com menção honrosa na Iniciação Científica e iniciou esse projeto que teve um grande reconhecimento em um evento internacional. Então, com a história dela, é importante lembrarmos do trabalho da DIA para desenvolvermos uma formação inclusiva e de excelência  na Unicentro”, conclui. 

Prêmio recebido pelos alunos e professores da Unicentro

Durante o 19º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu, maior evento científico da área que ocorreu entre os dias 4 e 6 de junho, em Foz do Iguaçu, e reuniu pesquisadores, acadêmicos e profissionais do Brasil e de países vizinhos, ocorreu a entrega do prêmio aos representantes da Unicentro de Irati.  O projeto foi apresentado no Fórum pelos professores Diogo Lüders Fernandes, Eliete Fátima de Gouveia e Maicon Luiz Timolo e ficou em primeiro lugar na categoria “Relatos de Experiência”.

“Foram mais de 300 trabalhos inscritos e a gente teve a felicidade de ser premiado como o melhor trabalho da nossa categoria”, comemora o professor Diogo, um dos orientadores da iniciativa.

Essa é a segunda premiação do projeto, que também foi contemplado em uma chamada pública da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no ano passado. “É uma ação que já tem bastante reconhecimento no meio acadêmico e da inovação. É importante frisar que ela não serve só para atividade turística, mas também como educação patrimonial para toda a comunidade, uma vez que a gente conta a história da cidade por meio de prédios que hoje são símbolos, são marcos do município”, enfatiza Diogo. 

 

Letícia Torres

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