Produção florestal no Paraná atinge novo recorde, com alta de 20,7%

Por Redação Hoje Centro Sul 6 min de leitura

O IBGE divulgou nesta quinta-feira (25), os resultados da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) relativos a 2024. A PEVS traz informações referentes à quantidade e ao valor da produção, decorrentes dos processos de exploração de florestas plantadas para fins comerciais (silvicultura), bem como da exploração dos recursos vegetais naturais (extrativismo vegetal). Também são apresentadas informações sobre as áreas ocupadas pelos efetivos da silvicultura. 

O valor da produção florestal no Paraná em 2024 atingiu o recorde de R$ 6,9 bilhões, com alta de 20,7% em relação ao ano anterior. O valor da produção da silvicultura continua superando o da extração vegetal, o que ocorre desde o ano 1991. A silvicultura manteve a trajetória de crescimento dos últimos anos, com alta de 24,09% em relação a 2023, enquanto a extração vegetal apresentou retração em relação ao ano anterior (-7,13%).

No tocante ao valor de produção florestal no Brasil, Minas Gerais, Paraná e São Paulo responderam juntos por 48% da produção nacional, sendo que Minas Gerais se destacou principalmente pela produção de carvão vegetal, e Paraná e São Paulo pela produção de madeira em tora.

Produção Florestal do Paraná em números

O valor da produção florestal no Paraná, que agrega a silvicultura e a extração vegetal, teve um crescimento de 20,7% de 2023 para 2024, com a silvicultura respondendo por 91,65% (R$ 6,34 bilhões) e a extração vegetal por 8,35% (R$ 577 milhões). Ao analisar os municípios paranaenses, fica clara a pulverização da produção agrícola por todo o estado, que na PEVS registrou produção em 391 dos 399 municípios paranaenses.

Produção florestal no Paraná atinge novo recorde, com alta de 20,7%

A produção da Silvicultura no Paraná

Com o avanço da silvicultura, a partir de 2019, o valor da produção no estado cresceu 95%. Madeira em tora liderou novamente o ranking paranaense em 2024, com R$ 5,25 bilhões (82,86%), seguida pela produção de lenha, com R$ 950 milhões (14,99%), carvão vegetal com R$ 121 milhões (1,91%), e outros produtos com R$ 15 milhões (0,24%).

Impulsionado por avanços tecnológicos, o estado mantém a liderança nacional na produção de Lenha e de Madeira em tora. No ranking brasileiro de produção de madeira em tora, o Paraná liderou com 20,5% da produção nacional, mais de 38,5 milhões de metros cúbicos produzidos e com valor de produção de R$ 5,2 bilhões. Ao desmembrar este mesmo ranking, o estado também lidera a produção nacional nos segmentos de Madeira em tora de pinus para papel e celulose (50,8%), Madeira em tora de outras espécies para papel e celulose (71,4%), Madeira em tora para outras finalidades (32,2%) e Madeira em tora de pinus para outras finalidades (52,8%).

O Paraná responde por 25,8% da produção nacional de lenha, que alcançou um incremento de 1,7% em relação a 2023, somando 13,9 milhões de metros cúbicos.

“O Brasil é o maior produtor e exportador de celulose, liderança mundial, e para o extrativismo podemos observar que nos últimos dois anos, 2022 e 2023, tivemos uma certa estabilidade, mas agora em 2024 o valor de produção voltou a crescer. Madeira em tora para papel e celulose teve um crescimento muito superior aos demais produtos, principalmente em razão das exportações”, destaca o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes.

Ranking nacional de Valor da Produção por Município

O município paranaense de General Carneiro, manteve a liderança no ranking de valor da produção da silvicultura, com um aumento de 10,3% em relação a 2023 e R$ 637,2 milhões em 2024. O município, que é grande produtor de Madeira em tora para outras finalidades, expandiu o volume de produção neste segmento em 6,3%, gerando um incremento de 11,7% no valor da produção, que atingiu R$ 420,6 milhões. Em contrapartida, a Madeira em tora para papel e celulose registrou redução de 1,7%. O Carvão vegetal e a Lenha apresentaram crescimentos de 15% cada, em relação à quantidade produzida no município. Do valor total de produção no município, R$ 612,7 milhões corresponderam à produção de madeira em tora, R$ 13,8 milhões em lenha e R$ 10,8 milhões em carvão vegetal. No ranking dos 15 municípios com maior valor de produção na silvicultura nacionalmente, também foram destaque os municípios paranaenses de Sengés (8° lugar), Cruz Machado (11º lugar), Telêmaco Borba (14º lugar) e Bituruna (15º lugar).

Já na extração vegetal, o destaque paranaense ficou com o município de São Mateus do Sul, que alcançou o 8º lugar no valor da produção nacional, com R$ 117,7 milhões. O valor da produção de São Mateus do Sul foi quase integralmente pela extração de erva-mate, que totalizou R$ 117 milhões, além disso, R$ 720 mil foram pela produção de pinhão. Na extração vegetal, o pinhão se destacou entre os produtos não madeireiros, pois, apesar de um pequeno aumento de 0,7% na quantidade, apresentou aumento de 15,1% no valor da produção, alcançando R$ 76,8 milhões no Brasil em 2024. O Estado do Paraná foi o principal produtor, respondendo por 35,4% do volume nacional.

Paraná possui a maior área de floresta plantada de Pinus no Brasil

O Paraná apresentou uma área plantada de 1,2 milhão de hectares, com aumento de 1,6% em relação a 2023. O estado ocupa a quarta posição nacionalmente em extensão de áreas de floresta plantada, atrás de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Em relação ao cultivo de pinus, o Paraná possui a maior área plantada de pinus no país. Ao segmentar as áreas entre as espécies pesquisadas pela PEVS, o Paraná destina 670,7 mil hectares para o cultivo de pinus, 464,4 mil hectares para o cultivo de eucalipto e 22,6 mil hectares para outras espécies.

Eucalipto e pinus, juntos, foram responsáveis pela cobertura de 96,2% das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins comerciais no país. As áreas de eucalipto somaram 7,7 milhões de hectares, o que corresponde a 77,6% do total de área de floresta plantada no Brasil, além disso, pinus respondeu por 18,6% e outras espécies por 3,8%. Na indústria de papel e celulose, enquanto o eucalipto serve de matéria-prima para a produção de celulose de fibra curta – utilizada principalmente na fabricação de papéis, como os de imprimir, escrever e para fins sanitários –, a madeira de pinus é destinada à produção de celulose de fibra longa – utilizada na fabricação de papel de qualidade superior, que demanda maior resistência.  

Agência IBGE