Precisamos falar sobre o suicídio
Campanhas de prevenção como o Setembro Amarelo incentivam as pessoas a ficarem atentas aos sinais de doenças da mente e a falarem sobre o tema como forma de aliviar a dor. O médico psiquiatra Murilo Forbeci destaca que é preciso auxiliar as pessoas em risco a buscarem ajuda especializada. O Caps II, do CIS/Amcespar, é um dos locais de atendimento à saúde mental de pessoas de toda a região pelo SUS
A campanha Setembro Amarelo reforça a importância da prevenção ao suicídio no mundo todo. Atualmente, é a maior campanha do tipo, e em 2022 o lema é “A vida é a melhor escolha”. Segundo dados da última pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados mais de 700 mil casos de suicídio por ano em todo o mundo, além dos casos subnotificados – que podem elevar os números a um milhão. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, com uma média 38 pessoas por dia que tiram a própria vida.
O assunto é complexo e delicado e afeta pessoas de diferentes culturas, idades e classes sociais, sendo um problema de saúde pública que impacta negativamente a sociedade e precisa de prevenção. Também de acordo com a OMS, mais pessoas morrem por conta do suicídio do que pelo HIV, malária, câncer de mama, guerras e homicídios.
Em Irati, trabalhos de prevenção ao suicídio e recuperação da saúde mental são realizados por instituições públicas e privadas. Uma dessas instituições é o Centro de Atenção Psicossocial (Caps II) do Consórcio Intermunicipal de Saúde CIS/Amcespar, uma unidade especializada em acolhimento à saúde mental para tratamento e reinserção social de pessoas com transtorno mental grave e persistente. “O centro oferece um atendimento interdisciplinar, composto por uma equipe multiprofissional, que reúne médico psiquiatra, assistente social, psicólogas, enfermeira, pedagogo, técnicas em enfermagem, equipe de apoio e transporte próprio”, explica a assistente social e coordenadora do Caps II, Patrícia Zeaginski.
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O atendimento oferecido pelo Caps II é direcionado às pessoas com problemas psiquiátricos ou em sofrimento e ideação, e tem o objetivo de promover a recuperação da saúde mental e a integração do paciente com sua família e comunidade. “Para alcançar esse objetivo, o Caps conta com uma equipe multiprofissional e com atividades coletivas e individuais, além do atendimento médico”, explica a assistente social.
Para o médico psiquiatra Murilo Forbeci, a pessoa que está decidida a tirar a própria vida está consciente da sua escolha no momento da ação. “O ato deliberado é executado pelo próprio indivíduo, objetivando a morte de maneira consciente e intencional por meio de um método que ele acredita ser letal”, afirma.
Ele destaca a alta taxa média de suicídios e explica que a maioria daqueles que têm a tendência em tirar a própria vida nunca procurou ou foi levado para uma consulta com

