29/10/2021
“Para quem crê em Jesus Cristo e na força de sua ressurreição, a morte não é o fim, mas apenas uma passagem para a vida eterna. Por isso, neste dia, acima de tudo celebramos a vida, a vitória de Cristo sobre a morte, desejando também um dia habitar com Ele e nossos entes queridos no céu”, explica o padre Hélio Guimarães, reitor do Seminário Menor Mãe de Deus. Segundo ele, o Dia de Finados é celebrado pela Igreja Católica para lembrar as pessoas que morreram e os fiéis rezam pela salvação daqueles que podem estar no “purgatório”. Desde os primeiros séculos os cristãos já intercediam pelos falecidos, mas somente no século XIII que a data foi definida como 2 de novembro.
Neste dia os fiéis católicos participam tradicionalmente da missa em memória aos entes queridos e vão ao cemitério acender velas, levar flores e visitar os túmulos. Padre Hélio destaca que o ato de ir ao cemitério não é necessariamente ir onde se encontram enterradas as pessoas próximas, pois mesmo visitando outros cemitérios a intenção de rezar pelas almas continua sendo válida.
Segundo o padre, o ato de acender velas no cemitério remete a fé de que aqueles que morreram não estão nas trevas, mas iluminados pela luz de Cristo; levar flores significa que assim como elas desabrocharam, aquelas vidas semeadas na terra, deram seus frutos e agora também desabrocharam para a vida eterna no céu; e o ato de visitar os túmulos simboliza a crença na ressurreição da carne no último dia. “Se na antiguidade os corpos eram enterrados em direção ao sol nascente, para serem acordados à aurora do ‘dia sem fim’, os cristãos dispõem os túmulos em direção à cruz, aguardando a segunda vinda de Cristo no último dia”, informou o padre.
A morte é um mistério e sempre entristece as pessoas devido à saudade, no entanto, acreditar na vida eterna traz esperança aos corações, explica o religioso. “No Dia de Finados se repete em nossa vida o diálogo de Marta com Jesus, por ocasião da morte de Lázaro: ‘Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que tudo o que pedires a Deus, ele te concederá’. Ao que Jesus responde: ‘Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá’. O mistério da morte nos entristece pela dor da saudade. Mas a certeza da vida eterna nos enche de alegria e esperança, fortalecendo nossa fé e o ânimo para viver no amor cada instante desta vida”, aconselha padre Hélio.
O que é purgatório?
De acordo com o reitor do Seminário Menor Mãe de Deus, padre Hélio Guimarães, a Igreja Católica entende que o purgatório não é propriamente um lugar, mas, um estado de sofrimento daqueles que morreram sem se reconciliar plenamente com Deus, seja por alguma culpa restante de suas más atitudes em vida ou do que deixaram de fazer com relação ao amor a si mesmo, ao próximo, à obra da criação e a Deus. Por isso, os vivos fazem seus atos de fé com o objetivo de ajudar estas almas.
“É como se tivessem o convite para a festa, estivessem às portas, diante do Pai misericordioso que está de braços abertos para acolhê-los, mas não se sentem bem de entrar porque enxergam uma pequena mancha em sua veste batismal. Nossas obras de misericórdia os ajudam a alvejar suas vestes, para que libertos da culpa possam entrar para o grande banquete”, finaliza o padre.
1º de novembro
Apesar de não ser considerado feriado, dia 1º de novembro também é um dia santo para a Igreja Católica, pois se comemora o Dia de Todos os Santos. De acordo com o padre Hélio Guimarães, são os santos que não foram nominados pela igreja com uma canonização, mas que pelo seu testemunho de vida e amor expressaram plenamente a vocação à santidade recebida no dia do batismo.
Texto: Cibele Bilovus
Foto: Arquivo/Hoje Centro Sul