Pais superprotetores podem trazer prejuízo ao futuro dos filhos
Psicóloga e psicopedagoga relatam prejuízos da superproteção e caminhos para conseguir educar os filhos
Durante nove meses, os pais esperam pela chegada de seu filho. Quando o bebê nasce, muitos fazem de tudo para protegê-lo. E nessa vontade de cuidar, diversos pais acabam se tornando superprotetores, criando uma redoma em volta do filho.
A boa intenção pode existir, mas a redoma da superproteção pode trazer consequências graves no futuro, como explica a psicopedagoga Loriane Filipak Fleischer. “É normal do pai e mãe proteger o filho, mas essa proteção acaba atrapalhando a autonomia do filho lá no futuro. A superproteção tem que ter um limite, quando ultrapassa esse limite, os fatores são negativos e acaba não tendo o efeito que os pais imaginam”, explica.
Para a psicóloga Rafaela Maria Ferencz, as crianças precisam ser expostas ao erro, como brincar e acabar se machucando. Nesse momento, o erro pode servir para a aprendizagem. “Sempre faço essa orientação porque a dor é inerente à nossa vida. É impossível viver sem sentir dor. Todos nós sentimos dor em algum momento. Quando a criança é superprotegida, ela acaba não aprendendo a lidar com a dor e isso é um pouco preocupante”, destaca.
De acordo com a psicóloga, a superproteção pode fazer com que essa criança se torne um jovem que terá dificuldade de conviver com o erro. E essa dificuldade pode levar a doenças no futuro. “Percebemos que hoje, com o aumento da depressão e dos pensamentos suicidas e suicídios mesmo – entre os jovens aumentou muito –, notamos que hoje as pessoas estão perdendo a capacidade de resiliência; sofrer os baques que a vida traz, as dores, traumas e se permitir sentir essa dor e se recuperar. Claro que precisamos evitar que nossos filhos tenham traumas, mas eles precisam aprender a lidar com coisas que acontecem com todo mundo”, explica Rafaela.
Adultos inseguros também podem surgir graças à superproteção familiar. “A criança se torna insegura com muita proteção, com relação à aprendizagem, à escola e amigos. Isso causa prejuízos para a criança. Se os pais passam a segurança para os filhos, com certeza, vai se tornar um adulto mais seguro”, comenta Loriane.
Por que a superproteção acontece?
A psicopedagoga conta que os motivos para que isso aconteça são os mais diversos. Inclusive o fato de que muitos pais sequer percebem que estão sendo superprotetores. “O motivo depende de cada pai, às vezes é consequência de um carinho muito grande, de querer que o filho tenha as melhores coisas. Eu penso que o fato para os pais agirem dessa forma é que eles nem percebem. Quando o filho nasce também tem esse extinto de querer proteger, alguns claro conseguem viver dessa forma e outros excedem essa proteção. Essa proteção é por cuidado mesmo e isso acaba sufocando a criança”, explica.
O quê fazer?
Mas se a superproteção pode trazer problemas, quais caminhos buscar o equilíbrio na educação infantil? “A melhor forma de proteger um filho é sempre orientar e confiar na educação que você deu a ele. Estar sempre conversando com o filho, independentemente da idade. O diálogo fortalece muito e faz com que a criança cresça, tendo confiança nos pais. Como eu falei, a proteção tendo limite é muito saudável”, explica a psicopedagoga.
Para a psicólog

