22/07/2021
Pêssankas, pirogue, cerveja caseira, bênção dos alimentos para a Páscoa são comuns ao cotidiano de Irati e região. Quem sempre viveu aqui muitas vezes não se dá conta de que estas são particularidades que não existem em todos os lugares. São heranças da cultura eslava que permanecem influenciando o dia a dia, seja na culinária, no artesanato, na religiosidade marcante.
Poloneses e ucranianos são a maioria entre os imigrantes que vieram em diferentes períodos históricos para Irati, Mallet, Rio Azul, Prudentópolis e vários outros municípios paranaenses. Eles, junto com os italianos, alemães e holandeses influenciaram a cultura na região Centro Sul. Em Irati, que é a cidade polo e completa 114 anos nesta semana, em 15 de julho, ainda é marcante a influência dessas etnias.
Nas cores do folclore, na riqueza da culinária, na língua que ainda é falada em algumas comunidades e nas celebrações religiosas, no jeito um pouco tímido e desconfiado de alguns, nas características biológicas das pessoas, na arquitetura, enfim, em diversos aspectos.
É uma cultura forte, marcante, que sobrevive há mais de um século, mas que muitas vezes não tem a devida valorização. O orgulho de ser descendente de determina etnia nem sempre é observado entre vários grupos da população. Com isso, a possibilidade de exploração turística destas tradições, por exemplo, deixa de ser levada em consideração.
Naturaliza-se o cotidiano que é peculiar e perde-se a emoção de apresentar aos outros os sabores, as cores, a dança, a música, o “diferente”, que tanto Irati como outros municípios da região têm. É preciso olhar com afeto e atenção as influências e tradições herdadas da imigração, pois para ser grande, ser desenvolvido, um município precisa se valorizar e acreditar em seus potenciais.