O que mudou no país desde a greve dos caminhoneiros?
Em agosto o preço do diesel teve aumento de 13%. Os demais combustíveis também vem sofrendo altas de preços. E a pergunta que muitos consumidores se fazem é: O que mudou depois da greve dos caminhoneiros?
Há quase cinco meses, a greve dos caminhoneiros sacudiu a economia do país. Revoltados com o valor do diesel e com os aumentos diários, caminhoneiros de todo o país paralisaram seus trabalhos. Em uma semana, cidades enfrentaram desabastecimentos de produtos, cancelamentos de aula e paralisações de atividades, tudo por causa da falta de transporte.
A greve terminou com algumas promessas do Governo Federal: congelamento do preço do diesel por 60 dias e reajustes mensais, tabela de preço mínimo de fretes, 30% das contratações da Companhia Nacional de Abastecimento feita com trabalhadores autônomos, e isenção de pedágio em todo o território nacional para o eixo suspenso dos caminhões que viajem sem carga.
Muitas das questões foram resolvidas, mas ainda há pontos que são motivos de discussão, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF), como a Tabela do Frete. Especialistas e representantes de classe explicam o que mudou desde a greve.
Promessas
Para José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) – uma das entidades envolvidas nas negociações com o Governo Federal – a avaliação é que as promessas feitas foram cumpridas. “O acordo feito com o Governo Federal foi cumprido integralmente. Conseguimos a desoneração do diesel, que era o pleito principal, e também conseguimos a suspensão da cobrança de pedágio por eixo suspenso, além da criação de uma tabela mínima de frete”, comentou.
Apesar do cumprimento, o preço do combustível é ainda algo sentido não só pelos caminhoneiros como também pela população. Principal motor dos protestos, o preço dos combustíveis (tanto do diesel como da gasolina) foi alvo de reclamações nas redes sociais. O fato foi usado pelos caminhoneiros para justificar a organização dos protestos. Em muitas discussões, várias pessoas diziam que o preço da gasolina era alvo dos protestos, apesar de muitos caminhoneiros afirmarem que o preço do diesel era o principal alvo.
Tanto que nas negociações para o fim da greve, o Governo Federal reduziu o preço do diesel na bomba, prometendo congelar por 60 dias e após isso, os reajustes seriam mensais. De lá pra cá, o diesel teve o preço congelado por 60 dias, de fato, mas depois sofreu reajuste. Em agosto chegou a ter um aumento de 13%, levando o preço praticado nas refinarias atualmente a R$ 2,2964.
O presidente da Abcam aponta que é exatamente esse reajuste pela Petrobrás que tem afetado a todos. “O que percebemos que é o preço do combustível oscila quase diariamente, devido à política de preços da Petrobrás, que reajusta os valores conforme as cotações internacionais. Essa política acaba prejudicando toda a população, inclusive a categoria, que têm dificuldades em prever os custos do transporte e repassar o aumento para o contratante. Todavia, apesar do aumento ainda permanecer, o subsídio do Governo Federal ainda permanece”, disse.
A economista Nilza Siqueira, professora do curso de Administração da Universidade Garulhos (UNG), explica a influencia do mercado internacional sobre o preç

