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Núcleo de Educação explica como será a volta às aulas em sistema híbrido

08/02/2021

Núcleo de Educação explica como será a volta às aulas em sistema híbrido

No dia 18 de fevereiro, os 18 mil alunos matriculados em 54 escolas estaduais da região Centro Sul poderão retornar às salas de aula. Para tanto, deverão ter a autorização dos pais ou responsáveis para estarem presencialmente nas escolas uma semana sim, outra não. 

O chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Irati, Marcelo Fabricio Chociai Komar, explica como será o funcionamento do sistema hídrico, ou semipresencial, que a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) implantará no ano letivo de 2021.

“Vamos supor que tenha 20 alunos dentro da turma, 10 alunos irão em uma semana e os outros 10 ficaram em atividades remotas, em casa, e outras atividades acompanhadas também pelos seus professores. E, na sequencia, fazem o rodízio juntamente com os seus professores também”, explica Komar .

Inicialmente o NRE fará o levantamento do número de estudantes que terão a autorização dos pais para retornar às escolas e o número que prefere continuar acompanhando as aulas online. O prazo para que os pais procurem as escolas estaduais dos municípios de Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Inácio Martins, Irati, Mallet, Prudentópolis, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares para preencher a autorização para que os filhos voltem às salas de aula é até o dia 09 de fevereiro.

Várias escolas já estão trabalhando nesse levantamento.  “Citamos, por exemplo, a Escola Nossa Senhora das Graças, em que houve uma adesão de 50 pais, que já foram, já procuraram, já assinaram a cartinha para retorno”, conta Komar.

Segundo ele, a partir desse diagnóstico, outras iniciativas serão tomadas para preparar a volta às aulas. “É importante destacar que com base nesse diagnóstico será feito o tratamento também para o transporte escolar, que tem a parte que seria dos municípios, as secretarias municipais”, relata o chefe do NRE.  Os dados são importantes para que se tenha a quantidade de alunos que virão, avaliar quais as rotas do transporte escolar, os custos e viabilizar recursos públicos.

Além do transporte, os números também serão referência para que sejam estruturados  mecanismos para garantir que a circulação dos alunos não signifique aumento de contaminação pelo coronavírus nos municípios.  “Vamos otimizar as turmas, principalmente com os protocolos de segurança, distanciamento, a questão do álcool gel, a questão de verificação das máscaras que os alunos irão utilizar e todo um protocolo de cuidado, porque a pandemia não acabou e a nossa preocupação é justamente essa”, afirma Komar.

Toda a preparação que está sendo feita pela Seed para o retorno às aulas no Paraná nesse sistema híbrido depende também da aprovação do modelo pelo Conselho Estadual de Educação. Após a deliberação do Conselho, que deve ocorrer nos próximos dias, serão lançadas resoluções que vão definir e normatizar o modelo a ser adotado.

Aulas e infraestrutura tecnológica

A intenção da Seed é que as aulas sejam dadas em cada escola, pelos professores daquela escola para metade dos alunos em cada turma e transmitidas ao vivo para o restante dos alunos da classe, que permanecerá em suas casas.

Entretanto, ainda estão sendo adquiridos pelo Governo do Estado os equipamentos para que esta transmissão aconteça (tvs, webcams, microfones) e serviços de internet estão sendo  disponibilizados aos estabelecimentos de ensino.

“Como a questão da melhoria da internet e esses equipamentos, que serão instalados ainda nas salas de aula para dar sustentação, o próprio professor irá transmitir as aulas, no caso o professor efetivo das turmas para seus alunos”, detalha o chefe do NRE.    

Segundo ele esta infraestrutura tecnológica já foi licitada pelo Estado e está em fase de contratação, ou seja, as empresas que venderam estão entregando os equipamentos.

“A novidade para esse ano é que vai vir toda essa estrutura, todas elas estão em fase de contratação, que nós temos aqui são 54 escolas e colégios”, afirma.

Entretanto, para o início do ano letivo, os recursos ainda não deverão estar disponíveis. “Acredito que talvez não consigamos até o dia 18 estar todas prontas pelo prazo das empresas, em torno de 2 ou 3 dias para eles instalarem, é rápido o processo, mas como são muitas escolas e é em todo o Paraná”, diz o chefe do NRE de Irati.

Por conta disso, nesse início do ano letivo, os alunos passarão metade do tempo nas escolas e metade em casa acompanhando as aulas gravadas por professores em Curitiba, da mesma forma que ocorreu no ano passado. Poderão assistir pelo aplicativo Aula Paraná, emissoras de televisão e YouTube, e utilizar o google classroom para as atividades.

Dificuldades com professores e servidores

De 15 a 20% dos professores efetivos do NRE de Irati fazem parte de grupos de risco devido ao coronavírus e não poderão retornar às salas de aula. 

“Temos muitos professores que são cardíacos, hipertensos, diabéticos. Então nessas situações pela nova resolução eles são impossibilitados de pegar aulas até por uma questão sanitária de cuidados com a vida desse profissional, seja os professores ou os servidores”, relata Komar.

Esses profissionais continuarão atuando a partir de casa, de forma remota, e professores aprovados no último Processo Seletivo Simplificado (PSS) os substituirão nas escolas.

“Acredito que a contratação para o PSS será no dia 22 de fevereiro, nós já temos um calendário pré-estabelecido”, conta o chefe do NRE de Irati.

Outro problema é relativo aos servidores que atuam na área da limpeza, pois muitos têm mais de 60 anos ou também tem doenças que os colocam no grupo de risco. Segundo Komar, “o Estado está adotando todos os princípios para que possa haver contratações substituindo esses servidores, que deveram ficar em suas residências por motivos de segurança até que a gente tenha a questão sanitária garantida, que seria a vacinação”.

Ele ainda afirma que há um trabalho sendo feito pelo Governo do Estado buscando antecipar a vacinação dos servidores da educação. 

Greve

Questionado sobre a expectativa de adesão dos professores da região à greve aprovada em assembleia pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), com início previsto para o dia 18 de fevereiro, o chefe do NRE diz não ter informações preliminares.

“Nesse momento nós não temos ainda uma informação de quantas pessoas irão aderir ou não. Existem rumores, mas não temos nada definitivo sobre a real situação”, finalizou Komar.

 

Opinião dos pais

A equipe do Hoje Centro Sul fez uma enquete com alguns pais, questionando se eles eram favoráveis ao retorno das aulas de forma presencial ou semipresencial. Foram ouvidos pais de alunos das redes estadual, municipal e particular.  A maioria respondeu sim.  Confira o que alguns deles disseram:

 

Você é favorável ao retorno das aulas semipresenciais?

 “Sim, pelo fato da aprendizagem. Em casa eles aprendem, mas não é a mesma coisa do que com a professora ensinando, tem mais experiência, e os pais já não tem estudo suficiente igual os professores têm para ensinar. Eu acho que o ano passado foi perdido, não aprenderam nada”.

Maria Aparecida Venancio, 55 anos

 

Sim, porque a escola pra eles – na faixa etária que a minha filha está –, é essencial para o desenvolvimento, principalmente o social. E ela vai iniciar ainda uma fase de alfabetizado, então, se ficar em casa eu acredito que vai regredir ainda mais. Para mim, para minha família, para minha filha, é um progresso e tanto voltar, ela tem 5 anos.

Sabrina Fillipus, 36 anos, autônoma

 

Sim, porque pelo aplicativo eles não aprendem da mesma forma que presencial.Conversei bastante com ele sobre isso, é só os pais mandarem o álcool na bolsa e usarem máscara. O material escolar cada um tem o seu mesmo.

Daniele Rocha, 35 anos, autônoma

 

“Nesse momento, não sou a favor. Porque agora que começou a vacinação e agora surgiu essa mutação do vírus, que contagia mais rápido. Então pro pessoal de meia idade já não sei quando vai sair à vacina, ainda mais para as crianças.

Não sou a favor ainda. Eu acho que não vai dar certo, porque vai ser uma trocação de máscara entre eles”.

Daniele Barkote da Silva, 32 anos

                                                                   

“Eu sou a favor. Creio que mantendo todo cuidado, o distanciamento. Assim pela idade destes que já entendem, creio que vai ser tranquilo. Mantendo todos os cuidados necessários, a escola também está preparada para receber eles. Eu procurei em casa, passar tudo o que foi transmitido para nós na reunião de pais que teve online”.

Karina Muzinoski Rigoni, 33 anos, operadora de telemarketing

 

Rede Municipal de Irati

Na Rede Municipal de Ensino de Irati as aulas retornam no dia 10 de fevereiro, em sistema remoto, da mesma forma que ocorreram no ano passado.

A secretária municipal de Educação, Jandira Terezinha Girardi explica que estão sendo feitas reuniões com os diretores e coordenadores das escolas, para que eles levem as informações aos professores e funcionários sobre a possibilidade de um retorno semipresencial nos próximos meses e discutam como organizar o trabalho, considerando os cuidados necessários devido à pandemia.

Depois, serão feitas consultas públicas aos pais. 

 

Texto: Letícia Torres/Hoje Centro Sul

Fotos: Arquivo/Hoje Centro Sul

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