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Moradores reclamam do barulho e dos danos causados pelo depósito de toras

O problema está ocorrendo na Vila São João, em Irati, na divisa entre as áreas residencial e a industrial. Além do barulho, o impacto do depósito de toras tem ocasionado rachaduras em propriedades

20/04/2022

Moradores reclamam do barulho e dos danos causados pelo depósito de toras

Barulho ensurdecedor. Toras de madeira dispostas em um terreno ao lado de residências, o que chega a provocar rachaduras em algumas casas. Estas são as principais reclamações dos moradores da Rua Maria da Anunciação, localizada na Vila São João, em Irati, nas proximidades da BR-153.

O local é justamente a divisa entre a área residencial e o Condomínio Industrial da Vila São João, onde a convivência entre moradores e algumas empresas tem sido problemática.

Rosa e Valdeci Pidpala moram há 22 anos na Rua Maria da Anunciação e relatam que a partir de 2015, começaram a ter dificuldades devido às atividades da empresa madeireira instalada do outro lado da via. Um abaixo-assinado foi organizado naquele ano e entregue às autoridades reclamando do barulho ocasionado por um equipamento utilizado para picar a madeira.

Recentemente, segundo o casal, a situação tornou-se ainda pior. “Este barulho vem de oito, dez anos para cá. Só que de uns dois anos para cá piorou muito. Acho que eles aumentaram a capacidade dos motores e é muito insuportável. Tem dias que começa desde as seis da manhã e vai até altas horas da noite, caminhões, barulho, trator carregando”, afirma Valdeci.

No mês de março, ele procurou a Ouvidoria da Prefeitura Municipal de Irati, a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio e a Câmara de Vereadores para relatar os problemas que quem reside no local têm enfrentado.  “O que incomodou mais, foi minha revolta, que comecei a procurar prefeitura, é devido a este armazenamento de madeiras”, diz o morador.

O impacto das toras ao serem colocadas no solo tem provocado danos à residência de Valdeci. “Eles erguem as toras e soltam, treme toda a nossa casa. Falei: Vai cair a minha casa”, diz o morador.

Outro problema, segundo Rosa, é a falta de um cerca no terreno onde as madeiras são dispostas – algumas delas, dentro de recipientes de metal que se assemelham a contêineres. “Estas caçambas que eles deixam ali, final de semana tem crianças que passam pela rua brincando e eles sobem nelas. Agora está cheia, às vezes ela está vazia, e se vira uma criança lá dentro? Não podia deixar em um terreno aberto”, afirma Rosa.

De acordo com o Código de Posturas do Município de Irati, Lei 4229/2016, artigo 23 § 2º: “É proibido lançar nas vias, logradouros e espaços públicos, nos terrenos sem edificação, rios, várzeas, valas, bueiros e sarjetas, resíduos sólidos de qualquer natureza, ou qualquer material que possa ocasionar incômodo à população, prejudicar a paisagem urbana e ao meio ambiente”.

Na mesma lei, o artigo 115 trata do outro problema citado pelos moradores, o barulho. O Código de Posturas estabelece que: “É proibido perturbar o sossego público com ruídos ou sons excessivos ou incômodos, tais como os provenientes de: I – motores de explosão desprovidos de silenciadores, ou com estes em mal estado de funcionamento”.

Para todas estas situações, a Lei 4229/2016 define sanções como notificações, multas e até mesmo cassação do alvará de funcionamento da empresa que desrespeitar as normas.

O secretário de Indústria e Comércio de Irati, Marcelo Rodrigues, esteve no local. Ele ouviu as reclamações dos moradores, observou os fatos e conversou com representantes da madeireira, na tentativa minimizar os problemas.

“Conversamos verbalmente porque a empresa que tem a concessão nos passou o que poderia ser feito para dar uma amenizada em relação ao barulho”, explica o secretário.

Marcelo comenta que o proprietário da madeireira “está fazendo um barracão e vai fazer um muro para amenizar aquele barulho, porque como o morador tinha reclamado é bastante, já de madrugada, de manhã, seis, sete horas já inicia com os trabalhos e realmente faz um barulho que com certeza atrapalha, mas não tem o que a gente fazer porque o que divide o condomínio residencial ao industrial é a rua”.

Em relação ao armazenamento de toras no terreno locado pela madeireira, o secretário de Indústria e Comércio explicou que os moradores tem que fazer um protocolo na prefeitura solicitando que a fiscalização verifique se é permitida a locação do terreno  para este ramo de atividade, no caso a madeireira.

Valdeci e Rosa Pidpala, assim como outros moradores da Rua Maria da Anunciação que preferiram não se identifi car, enfatizam que não têm o intuito de prejudicar os trabalhos da madeireira, que gera empregos no bairro, mas que desejam que a empresa cumpra as leis, evitando transtornos à vizinhança. A retirada das madeiras também traz lama para rua, gerando difi culdades ao trânsito de veículos. 

Texto e fotos:  Letícia Torres/Hoje Centro Sul

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