Memória: Relatos sobre a evolução de Irati são feitos por moradores

Por Redação 3 min de leitura

Ao longo de 112 anos de história, Irati cresceu, evoluiu e teve diversas conquistas. Contudo, a cidade também fez parte da história de diversas famílias descendentes de imigrantes que construíram o que hoje é Irati.

Um deles é José Emiliano de Morais, que hoje está com 91 anos. Natural de Irati, ele nasceu e cresceu na localidade do Pinho de Baixo, local onde viveu até seus 35 anos. Ele conta que se lembra como era Irati em sua infância. “Quando eu era criança, mais ou menos em 1930, havia apenas 4 farmácias no que era o início da cidade”, diz.

Já na adolescência, José relata que poucas famílias viviam no Pinho de Baixo nos anos 40. A distância entre as casas eram de quilômetros. “A distância de uma casa para outra era de quilômetros, entre isso apenas mato. Para vir na cidade não existia estrada, só tinham carreiros, que eram abertos por cargueiros, de carroças. Não tinha como vim para cá e voltar no dia por conta disso. Aproveitávamos para trazer mercadorias para vender na cidade”, relata.

Saúde

Com as dificuldades de transporte, as localidades viviam isoladas, sem muito apoio governamental. As comunidades eram basicamente voltadas à agricultura e à pecuária. Acesso à saúde, por exemplo, dependia de outras formas de cuidados.

“Na época, só tinham curandeiros e espiritistas. Não existiam médicos. O mais próximo ficava a 3,5 léguas [aproximadamente 17 km], na cidade de Imbituva. Mas as pessoas tinham medo de médicos, achavam que iriam terminar de matar [os doentes]. O povo preferia morrer tomando o chá, do que ir ao médico. Eram pessoas sem experiência de vida, por isso tinham medo do desconhecido”, ressalta.

Segundo José, as pessoas morriam muito jovens por doenças que hoje curamos facilmente. “Saí do Pinho com 35 anos por causa de saúde, minha primeira esposa faleceu depois de 20 dias que viemos para Irati. As pessoas morriam e nem sabiam do quê, pois não tinha médico na cidade. Muitas vezes eram coisas simples”, conta.

A busca pela saúde também foi motivo da vinda a Irati de Valdomiro Bulka, 77 anos, que vive há mais de 50 anos na cidade de Irati. Ele veio para o município ainda adolescente, após uma meningite ter o afastado no campo. Na cidade de Irati foi que ele construiu sua vida: casou, teve filhos, trabalhou e vive sua aposentadoria.

Comércio

Foi no comércio que Valdomiro viu as principais transformações. Ele conta que antigamente o comércio de Irati tinha poucas lojas. “Era só Casa Choma, Casa Nova, Casa Paraná, Imperador. Em Rio Bonito não tinha nenhuma loja. Aqui na 19 de dezembro, tinha a casa Ione, antiga, mas tinha algumas, a Danuta, tinha um casarão. Depois, para frente, era a Trento. O Cavalin Bora também era coisa pequena e Stroparo também”, conta.

José Emiliano também viu a evolução da cidade, mesmo por dificuldades políticas. “Outros mercados conseguiram crescer. Como por exemplo, os Ivasko que começaram com uma bodega na época, e também a AZF. Temos que agradecer a eles, pois foi daí que começou a gerar empregos e desenvolver a cidade”, finaliza.

Já por volta de 1970, Valdomiro começou a atuar no ramo do comércio e viu que havia uma demanda por novos produtos. Assim decidiu ir a São Paulo para trazer novidades. “Todo mês nos &