Médico sem Revalida atendia com carimbo cedido por outro profissional, e os dois são presos no Paraná. Prefeitura de Irati abre sindicância para apurar denúncia de exercício ilegal

Por Redação 3 min de leitura

 

 

O prefeito de Irati, Emiliano Gomes (PSD), solicitou descredenciamento da empresa responsável pela contratação dos médicos para o Pronto Atendimento e o afastamento do profissional responsável pelo plantão de domingo

 

 

A Prefeitura de Irati abriu sindicância administrativa nesta segunda-feira, 24, para apurar uma denúncia de exercício ilegal de medicina e falsidade ideológica no Pronto Atendimento Municipal na tarde de domingo, 23.

Através do decreto nº 115/2025, o prefeito Emiliano Gomes determinou a instauração de uma sindicância administrativa para averiguar os fatos. Em nota, a Prefeitura informou que o objetivo da apuração dos fatos é “averiguar todo e qualquer caso de violação aos direitos dos cidadãos relacionados ao exercício regular da Medicina”.

O prefeito também determinou que a empresa responsável pela contratação dos médicos para o Pronto Atendimento seja descredenciada pela Secretaria Municipal de Saúde, e também solicitou o afastamento cautelar do médico responsável pelo plantão do último domingo.

“Os gestores do Executivo Municipal, assim que tomaram ciência do Boletim de Ocorrência, tomaram imediatas providências, notificando a empresa responsável pelos serviços do Pronto Atendimento no domingo e determinando a imediata substituição do profissional acusado da irregularidade, de modo que houve a imediata interrupção do exercício irregular da Medicina”, diz um trecho da nota publicada nas redes sociais da Prefeitura.

O secretário de Saúde de Irati, Nelson Luiz Antunes, prestou depoimento na Delegacia e confirmou que a pasta não tem qualquer programa que autorize a realização de atividades supervisionadas na área da medicina no município. “Todo serviço de natureza médica deve ser prestado por profissional qualificado, que atenda aos requisitos da lei e dos editais de credenciamento. Qualquer violação a essas regras não será tolerada pela Administração”, diz outro trecho da nota.

Em áudio encaminhado à reportagem da Najuá, o delegado Gabriel Marinho deu detalhes a respeito do caso. Ele disse que uma mulher procurou a Polícia Militar para relatar que sua filha, de 18 anos, havia sido atendida no Pronto Atendimento por um profissional, mas a receita estava carimbada e assinada por outro médico, que não teria participado da consulta.

“Após a consulta, ela pegou o receituário médico e verificou que o carimbo do médico que constava no receituário, pelo nome, não correspondia ao médico que havia atendido a filha, mas pelo nome, ela sabia quem era o médico cujo carimbo foi utilizado na receita. Era um médico com o qual ela já tinha tido outros atendimentos, conhecido de Irati”, frisou.

 

Durante a investigação, os policiais confirmaram que o médico plantonista do domingo era o mesmo cujo nome constava no receituário. Eles também confirmaram que o médico que realizou o atendimento é graduado no Paraguai e não possui o Revalida, exame necessário para o exercício da medicina no Brasil, nos casos em que os profissionais tenham se formado no exterior.

O delegado informou que o médico responsável pelo plantão permaneceu no local durante a abordagem dos policiais militares e admitiu que assinou e cari

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