Mais de 60% das propriedades rurais do Paraná não têm cobertura de internet
Falta de serviço disponível ainda dificulta acesso à internet na zona rural. Especialistas comentam sobre as dificuldades para o aumento de acesso e o que está sendo feito para mudar esse cenário
O Paraná possui cobertura de sinal de internet 3G e 4G em todos os municípios, mas limitações fazem com que lugares mais distantes não tenham esse acesso. O coordenador da Câmara de Telecomunicações da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e coordenador do setor rural do Descomplica Telecomunicações, Pedro Américo de Abreu Júnior, explica o porquê.
“O que a Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] exige é que até um raio de 20 km do centro de cada município esteja coberto. As regiões um pouco mais afastadas dos centros dos municípios, via de regra, não estão cobertas. Para ter uma ideia da cobertura 3G e 4G no Paraná, é que em torno de 60% a 70% das propriedades rurais do Paraná não têm cobertura de internet, mesmo todos os municípios tendo cobertura”, relata Pedro.
Outra forma de ter acesso é por meio de provedores de fibra ótica. “São pequenas operadoras de fibra ótica. Isto tem apresentado uma boa capilaridade no estado, acredito que quase todo município do estado tenha este tipo de acesso à internet, mas de novo, nas regiões mais remotas de cada estado, de cada cidade, nem sempre chega este tipo de serviço”, disse.
A próxima opção é a internet por satélite, que acaba tendo custos maiores. “A internet via satélite independe de você ter uma infraestrutura que seja levada até o local. Você tem um satélite lá em cima, instala um modem e uma antena e ele funciona. O ‘senão’ da internet via satélite é que ela tem um custo mais elevado que os outros tipos de acesso, mas está disponível no estado inteiro”, explica.
De acordo com especialistas, a dificuldade de maior aumento do acesso à internet no estado do Paraná ocorre por razões econômicas e geográficas. “Os elevados custos de implantação da infraestrutura necessária para cobrir as áreas rurais limitam a concretização de atendimento desta demanda. As várias tecnologias disponíveis podem ser aplicadas de acordo com a concentração das propriedades ao longo das vias de acesso, suas distâncias em relação a centros mais próximos atendidos para conexão e a topografia do terreno”, relata o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Empresas de Soluções de Telecomunicações e Informática (Abeprest), Hélio Bampi.
É o que acontece com os provedores de internet, principalmente os pequenos, que acabam analisando a viabilidade econômica na região, já que não possuem obrigação de cobertura. “Ele tem uma licença e ele leva o serviço para onde for economicamente interessante. As operadoras de telefonia móvel têm metas para serem cumpridas com a Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações, e às vezes, são contrapartidas das concessões que elas receberam. Mas de qualquer forma, a exigência contratual da Anatel na concessão dada não é tão grande a ponto de chegar nas partes mais remotas dos municípios, mais distantes do centro. Aí chega num ponto de haver ou não haver viabilidade econômica. Eu diria que hoje as operadoras cumprem com o que a Anatel exige delas e falta uma viabilidade econômica para poderem

