Irati possui mais de 150 focos de aedes aegypti

Por Redação 4 min de leitura

Centro de Irati é a área com mais focos do mosquito que pode transmitir dengue, zika ou chikungunya. Na região, Irati e Imbituva são considerados municípios infestados, ou seja, são locais onde o vetor [mosquito] para a transmissão da doença existe

Desde o início do ano já foram encontrados 152 focos do mosquito Aedes Aegypti em Irati, revela Reginaldo Strozienski, coordenador da equipe de agentes de endemias da Secretaria Municipal de Saúde.

Isso faz com que o Índice de Infestação Predial do Município esteja em 0,9%. O índice leva em conta o número de focos e o número de imóveis na cidade. Quando fica acima de 1%, o município já entra em estado de alerta, considerado um índice de infestação alto. “Por sorte não tivemos nenhum caso da doença. Temos o mosquito transmissor, mas não temos a doença. É preocupante com tantos focos positivos, se aparecer uma pessoa com a doença já é fácil de causar epidemia. Já tivemos diversos casos suspeitos da doença, mas nenhum confirmado”, relata.

O centro de Irati é a área com mais focos. “Tanto por ser uma área maior, das divisões do centro de endemias é a maior, tem quase 2 mil imóveis, e também pelo fato de ser mais área comercial. O pessoal não mora, chega para trabalhar e, às vezes, não se preocupa com a parte de fundo do terreno para ver como está”, comenta o  coordenador da equipe de agentes de endemias.

Reginaldo explica que não há local certo para que o mosquito se desenvolva. É necessária apenas água parada. “Para o aedes qualquer pouquinho de água é suficiente. A gente encontra algumas vezes em lona – na água que fica na lona, em copos descartáveis, pneus. Já nos vasos de plantas o pessoal criou o hábito de não colocar o pratinho embaixo”, disse.

As plantas também são alvo de inspeção, já que podem armazenar água. Segundo Reginaldo, já foram encontrados focos em bromélias e espada-de-são-jorge. Ele alerta que não há nada comprovado de que a bromélia ajude na prevenção do mosquito.  “Ainda não há nada comprovado cientificamente que a bromélia atrofia o mosquito e que ele não vai sair e se desenvolver”, disse.

Segundo Boletim Epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde, do dia 7 de novembro, desde agosto oito casos foram notificados como suspeitos de dengue e um caso suspeito de chikungunya. Os casos suspeitos ainda estão sendo analisadas pelos laboratórios.

Região

Segundo a 4ª Regional de Saúde, Irati e Imbituva são os dois municípios com focos de criação do mosquito. Os demais municípios não possuem registro de foco, mas continuam com o trabalho de prevenção à dengue.  “Imbituva e Irati são infestados, ou seja, o vetor [mosquito] para a transmissão da doença existe. O que pode acontecer aqui é uma pessoa contaminada em outra cidade vir com a doença e o mosquito picar essa pessoa e depois picar outra. Aí começa a circulação viral, porque você terá o mosquito infectado”, explica Kelly Kosloski, chefe da divisão da Vigilância em Saúde da 4ª Regional.

Ela utiliza o exemplo de Paranaguá, que sofreu uma epidemia no ano passado. De agosto de 2015 a julho de 2016 foram mais de 16 mil casos de dengue e quase 30 pessoas mortas por causa da doença. “A disseminação é muito rápida. É o que aconteceu em Paranaguá. Num dia não tinha nada e no outro dia estava em epidemia. Em uma semana ficaram em epidemia”,