Internet: Certas notícias que você compartilha podem ser falsas

Por Redação 3 min de leitura

Muitas das notícias que circulam na internet podem ser falsas. Antes de compartilhar qualquer informação disponível na internet, verifique se ela é verdadeira

A popularização da tecnologia e o fácil acesso à internet fizeram com que as pessoas fossem expostas a mais informações. De um lado, houve o aspecto positivo, onde as informações do mundo já não são mais fechadas a poucas pessoas. Mas, por outro lado, as pessoas começam a conhecer o aspecto negativo: as chamadas fakenews, termo em inglês usado para denominar as notícias falsas.

As notícias falsas têm se espalhado pelas redes sociais de forma mais ampla do que as notícias reais. Um projeto acadêmico da Universidade de São Paulo intitulado “Monitor do debate político no meio digital” tem pesquisado os assuntos que circulam nas páginas do Facebook e contabilizou de onde surgem os boatos.

O projeto recentemente monitorou as notícias falsas que circularam após a morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, nas redes sociais. O WhatsApp foi o primeiro local onde as notícias falsas se espalharam. A pesquisa verificou que 51% das notícias falsas circularam em grupos de família e 32% em grupos de amigos. Além disso, as notícias falsas que mais se espalharam eram as mais simples, feitas apenas de textos. Notícias falsas com imagens e vídeos foram espalhadas, mas em menor número.

Para os pesquisadores Márcio Moretto Ribeiro e Pablo Ortellado, responsáveis pelo relatório da pesquisa, a difusão em grupos de família ocorre porque podem serem considerados espaços íntimos, em que não há receio de ser julgado.

As pessoas compartilham as notícias falsas levadas por sentimentos de surpresa, repulsa e medo. Por exemplo, não é difícil encontrar na internet fotos de crianças doentes, onde a legenda descreve que o Facebook dará R$ 0,50 à criança para cada vez que a publicação for compartilhada. No entanto, a informação é falsa. Muitas pessoas, por dó ou por falta de informação, acabam compartilhando as informações falsas, acreditando que estão ajudando aquela criança.

Recentemente, o hospital Dona Darcy Vargas, de Rebouças, foi vítima da prática. Uma foto circulou em grupos de WhatsApp dizendo que havia uma paciente perdida. No entanto, a paciente nunca existiu no hospital e o nome do hospital estava errado. Em uma pesquisa na internet, foi possível encontrar a mesma foto com notícias falsas na Argentina e na Bahia. A identidade da mulher nunca foi revelada.

Desvendando boatos

Edgard Matsukié jornalista e idealizador do site Boatos.org, especialista em desmentir fakenews que viralizam na internet. Entre as notícias que eles mais desmentem estão quantitativamente assuntos com política, saúde e temas ligados ao cotidiano. Para Edgard, as notícias falsas que mais são difíceis de desmentir são as que circulam no WhatsApp.   “Em termos de dificuldade, creio que os áudios de WhatsApp são os mais complicados por terem poucas referências de fontes”, conta.

O jornalista destaca a metodologia aplicada pela equipe para desmentir um boato. “A metodologia varia de caso para caso. Mas uma coisa é importante: todos os nossos textos possuem detalhes e motivos que levam a notícia ser considerada falsa”, disse.

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