Hoje Centro Sul chega à edição nº 1000: Conheça um pouco da trajetória do jornal e como a informação pode ser utilizada no futuro

Por Redação 3 min de leitura

A arquivista do Centro de Documentação e Memória (Cedoc) da Unicentro, Márcia Dore, conta como as informações são utilizadas em pesquisas cientificas

Você já pensou que a informação que está lendo agora pode servir para uma pesquisa científica? É isso que acontece no Centro de Documentação e Memória (Cedoc) da Unicentro localizado no campus de Irati.

A arquivista Márcia Dore comenta que o centro tem um caráter de guarda permanente e acaba sendo um importante instrumento de pesquisa. “O acervo que nós temos, não é um acervo histórico, é um acervo de guarda permanente. Já foi feita toda a classificação e inventário. O pesquisador tem acesso a um instrumento de pesquisa, desse instrumento de pesquisa ele tem informações sobre o acervo, sobre o fundo documental, e ali ele vê o que interessa. Ele pega o documento, essas informações que estão registradas num documento, em suporte de papel ou imagem, fotografia, plantas de engenharia e arquitetura, e usa essas informações dentro do contexto da pesquisa dele”, explica.

Além de edições do jornal Hoje Centro Sul e de diversos periódicos da região, o acervo guarda documentos produzidos pelas mais diferentes instituições ao longo do tempo. “O acervo é essencialmente regional. O pesquisador não vai encontrar aqui informações ou material de pesquisa de uma região que não seja a nossa. Então, o que é produzido na região de abrangência da universidade e que nós conseguimos trazer pra cá é recolhido e disponibilizado. Tanto do Poder Judiciário, do Poder Executivo, doação de pessoas e muito mais”, relata.

Atualmente, alguns dos documentos que estão sendo utilizados são processos criminais do Poder Judiciário, que fazem parte do acervo. Alunos do curso de Mestrado em História estão realizando pesquisas através do Núcleo de Estudos da Violência e nesses documentos conseguem identificar a sociedade da época e o seu comportamento. “Um homicídio ou um furto é o fato que gera o processo, mas dentro do processo tem inúmeras informações que o pesquisador do curso de História utiliza. Tem informações sobre o hábito das pessoas, sobre o que elas faziam ou como elas se comunicam, como elas se expressam. Eles podem encontrar informações na história cultural, história do cotidiano, questões de gênero, se o réu ou a vítima é uma mulher. Eles identificam questões de religiosidade, questões de preconceito, inúmeras questões, não somente aquilo pelo qual o documento foi criado, que é julgar uma pessoa que cometeu um crime. Aquela questão que foi julgada para qual o documento nasceu e foi produzido, já não é mais importante, quando o documento está nesta fase permanente, vai servir para outra pesquisa”, disse.

Márcia explica que esse novo uso é conhecido como valor secundário e que o uso original, pelo qual foi produzido, é conhecido como valor primário. “O valor primário é aquele para o qual é produzido, então você produz um relatório, por exemplo, para informar o seu superior do que você fez. Quando esse relatório chega na fase permanente, o valor secundário dele é entender o que se fazia naquele período, como se fazia e como se relatava, como se referia a situações ou questões de obras públicas. É o valor secundário desse documento e que o historiador terá esse olhar”, explica.

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