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História dos bairros de Irati é retratada em crônicas por engenheiro

14/07/2020

História dos bairros de Irati é retratada em crônicas por engenheiro

O engenheiro civil Dagoberto Waydzik publicou recentemente o livro Historicidade: Histórias & Relatos – Bairros de Irati, que traz crônicas sobre os loteamentos, conjuntos habitacionais e bairros da cidade. 
“Irati pela legislação tem 18 bairros formais, mas tem mais de 40 comunidades que podem ser faladas como bairros”, afirma o autor.  Ele cita a Vila São João como exemplo, pois engloba o Jardim Aeroporto, Vila Matilde, Joaquim Zarpelon, Pró-morar 1, Pró-morar 2, Fernando Gomes e Novo Irati. “Cada localidade desta tem uma história”, frisa. 
Na década de 80, o engenheiro trabalhou por vários anos na Prefeitura de Irati e conta que acompanhou a criação de vários dos principais loteamentos e bairros da cidade. Alguns surgiram para substituir favelas.   “Existiam favelas em Irati. Onde é a perimetral, perto do Campo do Iraty, existia uma favela com 90 unidades de barracos com lamina e plástico. Cada chuva forte que dava eles ficavam embaixo da água. Na Vila São João tinha um lugar chamado ‘Buraco quente’ onde hoje é o Pró-morar,  que também tinha alagamento”, relata. 
Dagoberto comenta que participou de ações do poder público para resolver estes problemas habitacionais, através da organização de mutirão. “A Prefeitura dava o terreno, a infraestrutura, o engenheiro, mestre de obra, um carpinteiro e um pedreiro. Cada morador daqueles casebres ia ganhar uma casa desde que colocassem uma pessoa para trabalhar”, diz.  
Nos mutirões houve um grande envolvimento das instituições e da população, com a atuação das igrejas e da Câmara de Vereadores, segundo o engenheiro. Entretanto, não havia documentação sobre o tema.  “E o que aconteceu foi que nada disso foi registrado na história de Irati, foram milhares de casas, vários bairros que surgiram, nesse meu livro conto. A minha inspiração foi quando eu vi que isso não tinha, então comecei a falar sobre esses bairros, fazer crônicas”, destaca Dagoberto, que também já escreveu sobre o tema em jornais, revistas e blogs.  
Para fazer o livro, além dos conhecimentos que já possuía sobre algumas localidades devido ao fato de ter trabalhado na prefeitura, ele conta que também foi a campo e ouviu os relatos dos moradores mais antigos, perguntou sobre a origem do nome de cada bairro e outras curiosidades.  “Pegava o relato de um, relato de dois, porque daí fazia uma história pitoresca da crônica”, comenta.  
Desta forma, o livro Historicidade: Histórias & Relatos - Bairros de Irati traz um conteúdo leve, resgatando as memórias dos moradores que iam sendo passadas  de pai para filho, na oralidade das conversas de família. “Por isso eu digo, pode ter outras versões”, alerta o autor.
Mas o livro dialoga com os fatos históricos. “O que é a história? São as ações dos seres vivos no tempo e no espaço. E quem cria esta história? Quem que é afetado por esta história? Tudo isso longe de ser uma coisa exata tudo que eu escrevi, são crônicas, crônicas como se fossem crônicas jornalísticas”, finaliza. 
Lançamento e COVID-19
Já tinham sido enviados os convites para o lançamento do livro, que ocorreria em 27 de março. Entretanto, na mesma semana, a pandemia do novo coronavírus motivou a suspensão das aulas e os primeiros decretos de fechamento do comércio, proibindo aglomerações. 
O evento que o autor faria no Clube do Comércio teve de ser cancelado. A expectativa inicial era de remarcar o lançamento de Historicidade: Histórias & Relatos - Bairros de Irati, o que não foi possível. “Passou um mês, dois meses, três meses e nada. O que eu fiz foi colocar o livro no Facebook, deixei um pouco no Sebo [Livraria e Sebo Centenário] e doei 100 exemplares para a Cidade da Criança”, conta. 
Dagoberto explica que foi um dos fundadores da instituição e que destinou os livros para que a entidade comercializasse a R$35,00 e obtivesse renda extra.  
Outra intenção do autor é que o livro seja utilizado como fonte de pesquisa pelos alunos das escolas de Irati. 
Curiosidades 
Para Dagoberto, “Cesário Fortes merecia uma estátua em Irati”. Nascido na Espanha, filho de nobres, ele veio para o Brasil e trabalhava com cantaria, que é o método de aparar pedras de forma simétrica. Em Irati, ele foi contratado pelos padres do  Colégio São Vicente para fazer a fundação da escola, mas gostou da cidade e acabou ficando. Cesário Fortes comprou a área onde hoje é o bairro Pedreira, que se tornou uma vila, onde seus empregados moravam.   “Ele fez a fundação do Duque de Caxias, da Igreja Nossa Senhora da Luz, a Praça da Bandeira, a fundação de várias indústrias, de vários prédios maiores aqui de Irati foi ele que fez. Todos os bueiros que tem por baixo da cidade”, relata o autor do livro. 
Outra curiosidade que consta no livro é sobre o bairro Nhapindazal, cujas terras foram doadas pela estrada de ferro para um dos homens que trabalhou na construção da linha férrea, Giovani Visinoni. Isso porque faltou dinheiro para pagar o trabalhador. 

Onde comprar
Na Cidade da Criança, entidade social localizada na rua  João de Barro, 105,no bairro Alto da Lagoa, em Irati. Telefone( 42) 3423-1305. Valor R$ 35,00.

Texto: Da Redação/Hoje Centro Sul

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