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Hábito de cooperar pode ser o diferencial para se viver bem

31/08/2020

Hábito de cooperar pode ser o diferencial para se viver bem

Comprar no comércio local, doar sangue, reciclar e adotar espaços públicos para cuidar. O que estas atitudes têm em comum? Aparentemente, nada. Mas, ao fazermos uma análise crítica, tem tudo. Todas são iniciativas de cooperação, com impacto social relevante.

A técnica em enfermagem Silmara Paczek, moradora de Rio Azul, sabe bem o significado disso. Desde 2017 ela lidera o projeto “Doe Sangue, Doe vida” que reúne aproximadamente 800 pessoas para colaborar com a Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) de Irati. “É um trabalho de equipe maravilhoso, é um time muito grande e unido, que trabalha de maneira muito coordenada. A gente vê um resultado muito grande e expressivo de doação de sangue”, relata Silmara com empolgação.

A atitude dela de encorajar os moradores de sua cidade a serem doadores de sangue faz toda a diferença no setor de saúde pública da região. Coopera para que o estoque do banco de sangue não fique abaixo do nível e para que vidas sejam salvas. “Quem doa sangue também doa futuro, doa sonhos e doa a chance de recomeçar”, afirma Silmara.

Chance de seguir adiante, apesar da pandemia do novo coronavírus e da crise econômica provocada por ela, também é a expectativa das pequenas empresas de Irati e região, que buscam sobreviver, continuar em funcionamento. E, para isso, elas precisam do apoio dos consumidores.

O movimento de incentivo ao consumo no comércio da cidade denominado “Eu Coopero com a Economia Local”, foi lançado recentemente pelo Sicredi, que é uma instituição financeira cooperativa. O gerente de uma das agências do Sicredi de Irati, Emerson de Lara, explica que a proposta surgiu para a conscientização do consumidor.  “Ao invés de eu comprar lá fora, de enviar as minhas receitas, através dessas compras, para empresas distantes daqui, por que não eu procurar primeiro encontrar o que estou precisando aqui no município, fomentando a economia e mantendo salários, mantendo empregos?”, diz.

Ele afirma esteve em alguns estabelecimentos comerciais da cidade para falar sobre essa proposta da instituição, que agradou. “Nós buscamos essa parceria e a conscientização da comunidade, o que foi muito bem aceito. As pessoas apoiaram e compraram a ideia. E eu acho que é dessa forma que a gente vai conseguir superar esse momento tão difícil”, afirma Emerson, referindo-se ao impacto econômico da pandemia.

De acordo com o Sebrae, os pequenos negócios são responsáveis por mais da metade do emprego formal no país e por quase um terço de toda a riqueza produzida no Brasil. Em Irati não é diferente, as pequenas empresas são a maioria dos empreendimentos. Além do movimento liderado pelo Sicredi, a Associação Comercial e Industrial de Irati (Aciai) também adotou como uma de suas principais bandeiras o incentivo às compras no comércio local para a preservação dos empregos. Tanto que está elaborando uma campanha em parceria com a Prefeitura de Irati com este foco.

Outra iniciativa de cooperação que envolve o poder público tem algumas empresas iratienses como parceiras. Trata-se da adoção de espaços como rotatórias, ou praças. As empresas firmam protocolos com o município e se responsabilizam pelo paisagismo e pela limpeza destas áreas públicas. Em contrapartida, podem colocar placas publicitárias padronizadas. A secretária municipal de Ecologia e Meio Ambiente, Magda Lozinski destaca esse projeto, que é anterior à pandemia, já está consolidado.  “Teve ao longo de toda a criação, apenas duas desistências, mas já têm protocolos de intenção de adoção desses dois espaços”, diz. A secretária refere-se às rotatórias em frente ao Clube Polonês e nas proximidades do hospital Agnus Dei.

Ela comenta que a maioria das empresas mantém a parceria com o município e tem nítida a consciência do exercício da responsabilidade social. “Acho que quem fez essa adoção, percebeu que está colaborando com o município e se sente lisonjeado em estar mostrando a sua boa conduta, sua boa intensão em relação a tudo isso”, afirma Magda.

E, na semana passada, a Câmara Municipal de Irati aprovou um projeto de lei para a criação uma nova parceria entre o Município e as empresas. Desta vez, com aquelas que vendem lâmpadas, pilhas e baterias.  Trata-se do Projeto de Lei Nº 015/2020, que tem como autor o  vereador Alberto Schereda, estabelece o descarte consciente destes itens e fomenta a logística reversa, ou seja, que o fabricante cumpra a responsabilidade de recolher. 

“Essa lei de destinação correta de lâmpadas, pilhas e baterias já vêm lá de 2010 com a Lei 12.305, que é da Política Nacional de Resíduos Sólidos, porém aqui no Município de Irati ainda não tinha nenhuma ação para atender essa legislação no contexto ‘parceria’ – comércio, prefeitura e munícipes (que são os consumidores)”, relata a secretária.

Segundo ela, os estabelecimentos comerciais da cidade que revendem estes itens manterão recipientes para a coleta dos produtos já utilizados pelos consumidores. Depois, será definido um ponto específico para armazenar os itens até que o fabricante os recolha, periodicamente.

Magda explica a importância dessa ação de logística reversa.  “E por que a preocupação com lâmpadas, pilhas e baterias? Porque elas têm constituintes que trazem muito risco para a saúde do homem, o mercúrio, o sódio. Então são componentes químicos que afetam diretamente a saúde humana e também o meio ambiente. Por isso, não se pode descartar de forma incorreta, tem que ter um descarte específico para esse tipo de resíduo”, diz.

Em relação às lâmpadas usadas, atualmente os consumidores já podem fazer a entrega nas empresas Thoms Materiais Elétricos e Hidráulicos e também na loja de materiais de construção Patranscon. Com a aprovação da lei municipal outros estabelecimentos também recolherão lâmpadas.

Reciclagem

Em Irati, a quantidade de resíduos recicláveis que têm sido separados pela população aumentou nos últimos meses. “Com a pandemia aumentou a quantidade de reciclável. Talvez pelo fato de as crianças estarem mais em casa, elas cobram mais dos pais”, afirma a secretária de Ecologia e Meio Ambiente.

Precisa-se de doadores de sangue (FOTO doadores Rio Azul – Crédito: Arquivo/ Silmara Paczek)

As doações de sangue estão acontecendo através do sistema de agendamento pela Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) de Irati. Segundo Amauri Kubaski, responsável pela unidade, houve redução da quantidade de doações desde o início da pandemia.

Devido à necessidade de distanciamento social, UCT não pode mais atender o número de pessoas que era atendido anteriormente. “As doações diminuíram em todo o mundo e principalmente nas regiões pequenas. Aqui em Irati, nós temos feito o sistema de agendamento. Então, o que era uma média de 40/50 pessoas por dia, hoje ficou em torno de 16 doações diárias”, explicou Amauri.

Entretanto a os hospitais continuam precisando de bolsas de sangue, como frisa a técnica em enfermagem Silmara Paczek. “Os hospitais continuam recebendo pacientes vítimas de acidentes, pacientes que estão em tratamento de câncer, pacientes com enfermidades que muitas vezes precisam de bolsas diárias de sangue. Nós precisamos muito do auxílio dos doadores de sangue, é muito importante”, ressalta.

Requisitos

Para ser um doador, é necessário ter boas condições de saúde, ter entre 16 e 67 anos (menores de idade somente com a autorização do responsável) e pesar no mínimo 50 kg.

No dia da doação, o doador deve estar descansado e alimentado (evitar alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação).

Onde agendar?

Os agendamentos podem ser feito pelo telefone 3422-3119 ou via WhatsApp pelo número (42) 99955-3539. A Unidade de Coleta e Transfusão de Irati localiza-se na Rua Coronel Grácia, 761, Centro.

Cooperativismo

“Os ideais de cooperação de partilha são partem do nosso negócio, a nossa diretriz é sempre em busca à cooperação para o nosso quadro social, para as comunidades. E agora isso vem se fortalecendo ainda mais”, afirma o gerente do Sicredi de Irati, Emerson de Lara. 

Segundo ele, o fato do Sicredi ser uma cooperativa faz com que a instituição financeira esteja sempre muito próxima de seus associados, o que facilita no atendimento às necessidades dos clientes, sobretudo em tempos de pandemia.

O gerente ainda cita iniciativas da entidade para apoiar as empresas a se inserirem no e-commerce. “O hotsite foi criado pra estimular o desenvolvimento econômico através dos empreendedores locais e buscar o engajamento dessas pessoas em prol da economia da região. É uma prática bem intuitiva é de fácil navegação, essa plataforma é um canal que tem muitos conteúdos que apoiam o empreendedor a impulsionar os seus negócios com as dicas, com as orientações e com as ferramentas que ajudam na divulgação dos seus produtos e serviços no ambiente digital”, conta.  

Texto: Letícia Torres/Hoje Centro Sul

Foto: Pixabay

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