Gravidez na adolescência afeta a vida de muitas jovens

Por Redação 3 min de leitura

Engravidar na adolescência é, na maioria dos casos, uma atitude não planejada, passível de conflitos externos (sociedade: escola, família) e internos (psicológicos: depressão, medo, insegurança). Os índices de gravidez na juventude aumentam constantemente, considerando pesquisas em variados países.
Segundos dados repassados pela Secretaria de Saúde de Irati, a cidade possui atualmente 52 gestantes adolescentes cadastradas, entre 13 e 18 anos de idade. O que significa um percentual de 11,2% do total de gestantes em atendimento.
“A gravidez na adolescência é algo muito sério no Brasil, que envolve muitos fatores, tanto de questão de educação, de saúde e de gênero muitas vezes. Temos os dados: Cerca de 20% das meninas que acabam tendo uma gravidez na adolescência o pai também é adolescente, mas 80% dos casos o pai é mais velho. É um dado que diz muito, que tipo de relação é essa onde a adolescente fica grávida? Será que é realmente a falta de informação sobre o anticoncepcional? Ou é uma relação diferente, muitas vezes de poder por causa da idade?”, questiona Rafaela Maria Ferencz, psicóloga e responsável pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Irati.
 

Fiquei grávida aos 16 anos

A adolescência é uma fase confusa, caracterizada por incertezas, modificações corporais e psicológicas intensas, e costuma ser a época de maior exposição de ideias contrárias àquelas impostas pela sociedade, ou até mesmo pelos pais.
Ocorrem a busca pela liberdade e independência do autoritarismo familiar, rebeldia, conflitos na própria aceitação e no círculo de amigos, descobertas, criação de uma identidade ao se unir e se inserir a um grupo social. Estas atitudes contribuem para o amadurecimento. Entretanto, em meio a tudo isso, muitas meninas são mães cedo. 
Eduarda Vieira soube que seria mãe aos 16 anos. “Eu tive ele com 17, quando eu engravidei eu tinha 16. Meu Deus! Foi um choque! Eu já namorava há cinco anos, mas eu não tinha planos de ter filhos, eu tomava remédio, só que eu nunca tomei remédio certinho, então eu não posso colocar a culpa no remédio”, diz.
Para Eduarda, a descoberta da gravidez foi acontecendo aos poucos, o positivo só veio depois do terceiro teste. “Foi bem difícil aceitar e contar para a família. Foi difícil descobrir porque nunca aparecia, eu fiz três testes para descobrir. Eu sentia muito enjoo e não conseguia comer nada. Minha menstruação também estava atrasada. O primeiro [teste] que eu fiz dizia que tinha 25% de chance, o segundo deu 75% de chance, foi no terceiro que deu o positivo. Quando eu vi o positivo eu não sabia se eu chorava ou se ficava feliz”, descreve. 
Apesar da pouca idade, mesmo antes de ficar grávida Eduarda já tinha sido orientada por sua avó a ir morar com o namorado. “Eu casei meio no susto, eu fui a uma balada com meu namorado e depois dormi na casa dele. A minha avó, ela é do jeito antigo, me fez casar, mas minha mãe não queria. Mas como eu sempre morei com a minha avó eu fui, e nisso a minha mãe parou de falar comigo”, conta.
A parte mais difícil para Eduarda ao descobrir a gravidez foi contar para seus familiares. “A minha família não sabia que minha menstruação estava atrasada, eu n&a