Gravidez de risco: os desafios deste tipo de maternidade
Mais de 160 futuras mamães vivenciam gravidez de risco na região. Conheça como é o atendimento oferecido a elas e quais são os desafios para que possam se tornar mães
A descoberta de uma gravidez é um misto de emoções. Felicidade e surpresa se misturam com preocupação. Então, a mulher grávida procura a unidade de saúde mais próxima para iniciar seu pré-natal, faz consultas e exames que a deixam mais tranquila. Mas ao longo da gravidez alguns fatores farão com que uma parte dessas gestantes tenha um pré-natal diferente das demais. São as grávidas consideradas de risco intermediário e alto risco.
Na região, por mês, de 35 a 40 novas gestantes são classificadas nestas categorias e atendidas através do Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS/Amcespar). Atualmente são 162 futuras mamães que vivenciam gestações de risco. Elas recebem atendimento multiprofissional com psicóloga, assistente social, nutricionista, fonoaudióloga, farmacêutica, enfermeira e médica obstetra. Todos os profissionais avaliam a gestante e realizam os encaminhamentos necessários em cada caso, além de fazerem o acompanhamento de todo período gestacional.
Quem são?
Mas o que faz uma grávida ser considerada de risco? Segundo a enfermeira coordenadora do ConSus, Suellen Guimarães, e a enfermeira WilidianeTessari, muitos fatores podem ajudar a dar essa classificação.
O risco é classificado em intermediário ou alto risco, e as classificações seguem protocolos da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde. “Na intermediária [classificacação] são negras e indígenas, com mais de 40 anos, analfabetasou com menos de três anos de estudo. E gestantes com histórico de óbito, aborto, natimorto”, explica Suellen.
Já na gravidez de alto risco outras condições podem ser consideradas, como problemas anteriores à gravidez ou intercorrências clínicas ao longo da gestação. Uma gravidez pode ser de alto risco, devido a diversas patologias, como detalha a enfermeira: “hipertensão gestacional, diabetes, hipotireoidismo, má formação fetal, sangramento de origem uterina, quando o bebê não está desenvolvendo muito ou que a gestante é obesa”.
Na região, hipertensão, diabetes, hipotireoidismo e sífilis são as principais causas para este tipo de gestação.
Sífilis
Dentre as causas mais comuns da gravidez de risco, a sífilis é uma das doenças que pode ser prevenida com mais facilidade.
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). A transmissão pode ser através de relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para um bebê durante a gestação ou parto.
Caso não tratada, pode causar aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e morte ao nascer.
Apesar da gravidade, a doença tem cura e quando tratada de forma antecipada, a gravidez pode transcorrer tranquilamente. Contudo, segundo a equipe, o desafio é conseguir que algumas grávidas possam terminar o tratamento, especialmente as mais novas.
Para a prevenção, o tratamento também é feito no parceiro da gestante, que se não fizer, pode passar a doença novamente para ela através do sexo sem camisinha. “Geralmente vem sífilis nas adolescentes, pessoas ma

