Filas para cirurgias eletivas aumentam com a pandemia

Por Redação 3 min de leitura

Governo do Paraná deverá fazer uma fila única de espera e já enviou recursos para diminuição do número de pessoas esperando por cirurgias nos municípios. Na região, contratação de profissionais tem permitido mais procedimentos cirúrgicos

A pandemia de coronavírus fez com que a fila de espera para conseguir uma vaga para cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aumentasse no último ano. No Paraná, estima-se que a fila tenha 200 mil procedimentos em espera. “Houve um represamento de muitas cirurgias eletivas. Foram mais de 200 mil procedimentos que deixaram de acontecer no estado”, conta o chefe da 4ª Regional de Saúde, Walter Trevisan. Contudo, o número ainda pode mudar porque o Governo do Paraná está reorganizando a fila, de modo a conseguir diminuí-la no próximo ano.

Em Irati, o cenário se repete. No município, a espera aumentou tanto para procedimentos feitos através da Secretaria Municipal de Saúde, quanto para os realizados por meio do Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS/Amcespar). “Temos bastante munícipes na fila de espera, principalmente na cirurgia geral e cataratas”, conta a secretária de Saúde de Irati, Jussara Aparecida Kublinski Hassen.

Segundo ela, ao todo, são 490 pacientes esperando para fazer cirurgias. “Nesta fila estão aguardando para cirurgia geral, otorrinolaringologia, ginecologia, urologia de criança e de adulto e cataratas”, explica a secretária.

Um dos motivos dessa fila maior foi a pandemia. Os hospitais tiveram que suspender as cirurgias eletivas devido ao risco de contaminação pelo coronavírus. “Os hospitais estavam proibidos de fazer os procedimentos de rotina, ficando somente com casos de urgência e emergência. Isso tudo fez com que as filas aumentassem”, conta o chefe da 4ª Regional.

Para contornar isso, o Governo do Estado enviou recursos aos municípios. Em Irati, a fila de espera dos pacientes que precisam fazer cirurgias mais simples teve uma diminuição.  Mais de cem pacientes foram atendidos, com os R$ 101 mil depositados pelo Estado diretamente para a Santa Casa. Quatro tipos de cirurgias atendidas. “Nós conseguimos cirurgia geral, cataratas, laqueadura e cirurgia pediátrica de fimose”, comenta Jussara.

No entanto, o recurso ainda não é suficiente para conseguir recuperar o tempo perdido. De acordo com a secretária, para resolver o problema seria preciso ter mais vagas no sistema estadual. “A dificuldade é vir essas vagas para mandarmos os pacientes. É o Estado que gerencia essas vagas. Diariamente abrem essas vagas, mas é para o estado todo”, relata.

Outra dificuldade é ter médicos para atender em algumas especialidades. “Nós também temos limitação de prestador. Como o otorrinolaringologista que atende pelo Consórcio é só um, são nove municípios que dependem da agenda do médico. Dependemos da agenda do prestador”, conta.

Os consórcios de saúde foram os meios que os municípios encontraram para oferecer consultas, exames e cirurgias especializadas. Os municípios da região Centro Sul, como Irati, fazem parte do Consórcio Intermunicipal de Saúde CIS/Amcespar. A partir de um pagamento mensal, o município encaminha pacientes para consulta e procedimentos com médicos especialistas.

Contudo, assim como nas demais estruturas de saúde, o consórcio ficou com muitos procedimentos represados. O resultado foi o aumento da fila que tem sido combatido pelo consórcio. “Os pacientes que estavam na fila tiveram suas cirurgias eletivas canceladas no período da pandemia, conforme o decreto estadual, mas a maioria já foi ou está sendo remarcada e realizada. Os  casos que evoluíram, tiver