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Famílias Acolhedoras melhoram a realidade de crianças e adolescentes que precisam de lares temporários

Psicólogos e assistentes sociais contam como funciona o Programa Família Acolhedora em Irati e em Fernandes Pinheiro. Falam também sobre o impacto do programa na realidade de crianças e adolescentes

28/06/2021

Famílias Acolhedoras melhoram a realidade de crianças e adolescentes que precisam de lares temporários

Em funcionamento em Irati e Fernandes Pinheiro desde 2018, o programa Família Acolhedora permite que crianças e adolescentes em situação de risco residam temporariamente em casas de famílias.

Márcia Margarete Pszedimirski, assistente social do programa em Fernandes Pinheiro, relata que esta forma de acolhimento gera resultados positivos na vida das crianças. “O acolhimento familiar tem mais afeto e carinho, se for visitar uma criança em uma instituição e visitar uma criança que está com uma família vai ver como é grande a diferença, o ambiente que ela está inserida é mais humanizado. Uma família tem aquele cheiro de casa, jeito de lar, isso faz com que as crianças não percam a identidade familiar”, explica Márcia.

As famílias acolhedoras são selecionadas e capacitadas pela equipe técnica responsável pelo programa no município. Em Fernandes Pinheiro, pela psicóloga Simone Fabris e pela assistente social Márcia Margarete Pszedimirski. Em Irati, pela assistente social Jocieli Majewski e pelo psicólogo Felipe Rosa. Estes profissionais são os responsáveis por acompanhar as famílias de origem, as crianças ou adolescentes que precisaram ser retirados de suas casas e as famílias que atuam no acolhimento temporário.

“O preparo da família que vai acolher é feito com muita cautela, para que não ocorra de a criança acolhida não dar certo naquele lar, pois isso poderia gerar maiores transtornos para a criança que já está em uma situação delicada”, informa assistente social Márcia.

A principal característica que as famílias acolhedoras têm é a solidariedade em dispor de seus lares para receber o próximo.  E na mesma proporção em que irão se doar e amar o acolhido, devem também ter a consciência de que a passagem dele é temporária, explica a secretária de Assistência Social de Fernandes Pinheiro, Elisângela do Carmo Moreira Pires.

“As famílias acabam criando vínculos com as crianças, mas desde o início da capacitação elas são preparadas para o desapego. Por isso, a equipe técnica visita as famílias todas as semanas, para fazer este desapego e orientar para que não se esqueçam que a criança ou adolescente está ali de passagem e não existe a possibilidade de adoção daquele sujeito”, destaca Elisângela.

Para ser uma família acolhedora não pode haver nenhum interesse em adoção e se houver interesse em entrar na fila da adoção a família deixa de fazer parte do programa e terá a chance de adotar uma criança, mas não aquela que acolheu.

Famílias

Atualmente, em Irati, há sete famílias que estão preparadas e participam do programa, das quais três estão acolhendo crianças e/ou adolescentes, duas aguardam a necessidade para realizar o acolhimento e as outras duas estão em processo de capacitação.

O psicólogo Felipe Rosa, de Irati, comenta que apenas em casos excepcionais ocorre o encaminhamento pelas instituições. “A Lei coloca que o acolhimento deve ser, preferencialmente, familiar, somente nos casos em que a família acolhedora não atende ao perfil do sujeito a ser acolhido, ou, se houver algum problema na família de origem que impossibilite o acolhimento familiar, nesse caso a criança será encaminhada para o acolhimento institucional, mas é sempre preferível por todos o acolhimento familiar”, destaca o psicólogo.

Em Fernandes Pinheiro, oito famílias estão capacitadas, das quais quatro estão acolhendo. “Das famílias que estão acolhendo, três são rurais. E das quatro que estão preparadas, duas são dá área rural também, para nós é uma das características que tem que ser levada em consideração, somos um município 80% rural e quando vamos buscar mais pessoas para este projeto vamos no meio rural principalmente”, enfatiza a assistente social Márcia.

Quando as crianças acolhidas têm irmãos é preferível que eles fiquem em uma mesma casa. Porém, cada caso é avaliado judicialmente.

Em Fernandes Pinheiro, por exemplo, há irmãos acolhidos por famílias diferentes e eram feitos encontros entre os irmãos e a família de origem a cada quinze dias, antes de o juiz decidir se as crianças iriam ou não para adoção. “Agora, o juiz já decidiu que elas serão adotadas e, por isso, continuam somente com a família que acolheu, até encontrar uma família adotiva”, relata Márcia.

Como há casos de rejeição em processos de adoção, a criança pode retornar para a família acolhedora, da mesma forma que as crianças que estão em instituições retornam para elas.

Auxílio financeiro

O programa Família Acolhedora é voltado para a assistência social nos municípios. Trata-se de um trabalho voluntário de pessoas que se dispõem em acolher, temporariamente, em sua residência, a criança ou o adolescente que se encontra em situação de risco pessoal e/ou social.

Os municípios dão uma ajuda financeira àqueles que acolhem os menores de idade, cujos valores variam conforme a realidade de cada cidade. Em Fernandes Pinheiro, a família recebe mensalmente R$ 700 por criança acolhida, já em Irati recebe um salário mínimo por pessoa acolhida.

Para participar do programa, a família precisa comprovar renda, mostrando que não vai precisar do dinheiro destinado às necessidades da criança para o sustento da casa.

Como ser uma família acolhedora?

Primeiramente, para ser uma família acolhedora é preciso ter disponibilidade e interesse em oferecer proteção e amor às crianças ou aos adolescentes, além de residir no município em que deseja se cadastrar no programa. O responsável deve apresentar todos os documentos pessoais solicitados, ter mais de 21 anos, independente do estado civil e gênero. É necessária a concordância de todos os membros da família. Outro requisito é que a família não tenha interesse em adoção, pois a passagem da criança ou adolescente é temporária na vida de quem o acolher.

Outros critérios são avaliados pela equipe do programa que fará visitas e capacitações.

Mais informações podem ser esclarecidas por telefone.  Para os moradores de Fernandes Pinheiro através do número (42) 99142-6513. E para os moradores de Irati pelos telefones (42) 99107-9780 e\ou (42) 3907-3110.

Texto: Cibele Bilovus

Foto: Pixabay e Divulgação Senac 

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