Falta de vacinação acende alerta vermelho na saúde

Por Redação 3 min de leitura

Surto de sarampo no norte do país e alerta do Ministério da Saúde sobre poliomielite chamam atenção para os índices de vacinação. Preocupação é que sem imunização suficiente, doenças erradicadas voltem ao país

O alerta vermelho está aceso no setor da saúde pública no país. Um dos motivos é que a falta de vacinação da população em geral pode trazer novamente doenças que estavam erradicadas no país.

Um dos exemplos é o sarampo. Em 2016, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas)certificou o Brasil como país livre da doença. No entanto, neste ano, segundo a Agência Brasil, os estados de Amazonas, Roraima e Rio Grande do Sul já confirmaram casos da doença.

Os casos do norte do país são os mais graves. Juntos, os Amazonas e Roraima já contabilizam mais de 500 casos. Na quinta-feira (5), a Secretaria de Saúde de Manaus, no Amazonas, confirmou a morte de um menino de sete meses em virtude do sarampo.

Outra doença é a Poliomelite, erradicada do Brasil desde 1990, mas que membros do setor se preocupam que ela volte, já que a porcentagem de vacinação ainda é menor do que a meta imposta.

Ainda não há casos da doença no país, mas na última semana, o Ministério da Saúde divulgou um alerta junto com uma lista com mais de 300 cidades que estão com menos de 50% da população com idade inferior a um ano imunizada. Na lista, estão oito municípios paranaenses, entre eles, Castro, Ivaí e Ipiranga.

Para a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), Carla Domingues, os municípios que estão com imunizações abaixo da meta em qualquer vacinação possuem risco de contaminação. “O risco existe para todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95%. Temos que ter em mente que a vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite e de outras doenças que não circulam mais no país. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. É uma questão de responsabilidade social”, disse.

Irati

Em Irati, o cenário se repete. Mesmo com uma melhora nos últimos dois anos, o município ainda possui imunização abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde. “No ano passado conseguimos atingir a cobertura somente da BCG, da Pneumo 10 e do Rotavírus. Isso porque a do Rotavírus cobra uma cobertura de 90%. Se fosse 95%, não teríamos atingido”, conta a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Irati, Denise Homiak Fernandes.

Os exemplos podem ser vistos nas vacinas que protegem contra as doenças que voltam a assustar o país. A tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba ou rubéola, tem como meta estipulada em 95%. Mesmo assim, a vacinação ficou em torno de 90% nos dois últimos anos.

Na poliomielite, a cobertura em 2016 era de 75,86% e aumentou no ano passado para 94,12%. Mesmo chegando muito perto da meta, o número é considerado abaixo do que o preconizado.

De acordo com a coordenadora, a situação se repete em outros tipos de cobertura vacinal. “Não viemos de uma série histórica boa de cobertura vacinal