Falta de transporte público compromete acesso à educação no IFPR de Irati

Por Redação 3 min de leitura

A inexistência de uma rota do transporte coletivo para o Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Irati reflete no acesso à educação de muitos alunos do município. A ausência de uma linha de ônibus nos horários de início das aulas (nos períodos da manhã, tarde e noite) tem levado estudantes a enfrentarem dificuldades financeiras e logísticas para frequentarem as aulas, impactando não apenas sua frequência, mas também sua participação em atividades extracurriculares essenciais. A diretora-geral do IFPR Campus Irati, Patrícia Elisabel Bento Tiuman afirma reconhecer este problema e, com isso, a instituição realizou uma pesquisa com os alunos para tentar retomar o diálogo com a prefeitura municipal e a empresa de ônibus Transiratiense neste ano

A falta de uma linha de ônibus do transporte coletivo municipal que leve até o Instituto Federal do Paraná (IFPR), situado na Vila Matilde, em Irati, tem sido uma barreira para muitos alunos que não têm veículo próprio ou condições de pagar pelo transporte fretado, levantando preocupações sobre o acesso à educação para muitos iratienses.

Emanuelle Rocetim conta que a falta de opção acessível de transporte a levou a desistir de um curso de Agroecologia na instituição há alguns anos. “Eu chorei tanto na época. Não era fácil isso não, eu acordava mais cedo para ir a pé, morava com meu pai na rua Rui Barbosa, no Centro, e ia até a Vila Matilde a pé todo dia. Naquele tempo, a van já não era barata e ainda tinha que pagar outras coisas do dia a dia”, lembra.

Com um trajeto de aproximadamente 8 km, considerando a ida e a volta, além dos perigos enfrentados durante o caminho, Emanuelle optou por desistir do curso. “Eu acordava super cedo para ir andando, muitas vezes no frio, na chuva, com a mochila pesada, ia sozinha, era até mais perigoso, tinha que atravessar a rodovia e por isso aguentei poucos meses assim. Eu era super dedicada, gostava da instituição, da infraestrutura, dos meus amigos. É triste não poder fazer o que gosta por falta de apoio”, comenta.

Juliana Gomes tem um filho que estuda no IFPR no mesmo curso que Emanuelle frequentava. Ela conta que a única alternativa que encontrou para que ele pudesse continuar os estudos foi através da contratação de uma van. “O Matheus vai de van. Com toda certeza se tivesse uma linha de ônibus facilitaria. Graças a Deus nós conseguimos pagar, mas eu já conheci alunos que passaram no IFPR e não foram estudar lá porque não tinham como ir. Então se tivesse transporte público, eles com certeza utilizariam”, avalia.

Um ex-bolsista do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que preferiu não divulgar seu nome, também testemunhou a desistência de alunos devido à falta de transporte. “Teve o programa Pronatec, que Irati foi contemplado com dois ou três cursos e, por causa da distância, começou a ter uma grande desistência dos alunos ao longo do curso, mesmo eles recebendo a bolsa por hora-aula para frequentar os cursos”, conta.

Diante disso, ele relata que tomou a iniciativa de oferecer caronas para evitar desistências. “Eu comecei a perceber a desistência, os alunos realmente falavam na aula porque era difícil para eles estarem indo com chuva, muitos iam a pé. Quando eu estava indo, às vezes via eles na rua e comecei a oferecer carona p