Estrutura para atender mulheres vítimas de violência em Irati preocupa entidades
Na última quarta-feira (13) entidades ligadas à rede de enfrentamento da violência à mulher se reuniram na Câmara Municipal de Irati. “O objetivo é discutir quais são os problemas que temos em Irati, quais são os equipamentos que temos na rede e como a gente pode potencializar o atendimento a partir da estrutura que nós temos para que ela seja um pouco mais efetiva”, afirma a coordenadora do Núcleo Maria da Penha da Unicentro, Kátia Alexsandra dos Santos.
Durante o encontro, representantes das entidades demonstraram preocupação devido à falta de estrutura. Irati não possui uma Delegacia da Mulher e os casos tem de ser registrados na Delegacia de Polícia Civil. Também não há um Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher e os casos tem que seguir para o Juizado Criminal. O município também não possui Defensoria Pública, o que dificulta a garantia legal de atendimento gratuito.
“A maior dificuldade é a falta de estrutura. A mulher tem que ser atendida na Delegacia comum, que embora faça o esforço de prestar um atendimento melhor possível, obviamente não consegue porque tem que dar conta de todas as demandas. Também não ter um atendimento em saúde especializado à violência à mulher, não ter uma estrutura mínima para casos de violência sexual como IML. As vítimas têm que ir à Ponta Grossa”, relata.
Segundo a coordenadora, a dificuldade e o atendimento precário também podem fazer com que as mulheres sofram uma nova violência. “É o que chamamos de revitimização. Quando o próprio sistema, por não ser preparado para receber as mulheres, produz uma nova forma de violência, que é um atendimento não adequado a essas mulheres que já estão fragilizadas. Quando ela chega numa delegacia comum, muitas pessoas circulando por ali, talvez tenha um atendimento que não seja o adequado, muitas vezes, elas nem vão, ou quando vão, acabam desistindo dos procedimentos”, explica.
Para a secretária de Assistência Social de Irati, Sybil Dietrich, é necessário que as entidades conversem entre si para que brechas no atendimento sejam resolvidas. “A gente percebe que é necessário afinar mais os serviços, ter um diálogo maior para que essa pessoa que se encontra em situação de vulnerabilidade não se revitimize”, comenta.
Maria da Penha
O encontro contou com palestra explicando a Lei Maria da Penha e suas aplicações diversas. As advogadas Luana Klemba e Angélica Delong Mittelbach comentaram como a lei é aplicada em Irati. Segundo Luana, a violência contra a mulher pode ser configurada em diversas formas, do que somente a sexual. “Muitas vezes os xingamentos, as ofensas, as agressões verbais são muito fortes. Os parceiros às vezes querem regular a vida social da mulher, a maneira com que ela se veste, a maneira como se comporta, acaba privando ela de ter uma vida normal, isso é considerado um tipo de violência: a emocional e psicológica. E muitas vezes essa violência abre caminho para a física. As agressões são diversas. O artigo sétimo da lei elenca quais são: a violência sexual, patrimonial – retendo bens das mulheres”, explica Luana.
Angélica também explica que a lei pode ser amplificada, já que protege quem é vulnerável na relação. “A lei Maria da Penha

