Escolas se organizam para combater o bullying
As recentes notícias sobre violência nas escolas têm feito ressurgir o debate sobre o bullying. O ato em que um aluno ou grupo de alunos pratica uma violência física ou psicológica contra outro é um antigo conhecido das escolas, que tentam encontrar maneiras de tratar sobre o assunto no cotidiano do ensino.
Em Irati, os meios para tratar deste assunto são os mais diversos: desde a prevenção até conversas individuais com agredido e agressor, e suas respectivas famílias. O jornal Hoje Centro Sul conversou com três escolas para que contassem suas experiências sobre os trabalhos. Conheça os trabalhos e desafios da Escola Estadual Nossa Senhora das Graças, do Colégio Estadual João de Mattos Pessoa e do Centro Estadual Florestal de Educação Profissional Presidente Costa e Silva.
Primeira atitude
Uma das primeiras atitudes que as escolas procuram realizar é atuar antes que algum caso aconteça. É o caso do Centro Estadual Florestal de Educação Profissional Presidente Costa e Silva, que recebe alunos de diversos estados, que vem estudar em um sistema de internato.
O colégio tem atuado com um projeto para conscientizar os alunos. “Nós passamos filmes, discutimos filmes e textos. Discutem, conversam, eles produzem materiais. Tudo voltado ao respeito, respeito ao outro”, conta a pedagoga Emanuelle Laars Trevisan.
A diretora pedagógica,Eloimar Palma de Lima, destaca que outro trabalho é realizado ainda na chegada do estudante ao colégio. Quando esse aluno ingressa, a equipe faz uma entrevista individual para conhecê-lo e também para o aluno conhecer como a escola trabalha. “Nósinclusive perguntamos sobre bullying, se já sofreu, como ele vê a questão do bullying e como ele administra essa questão. Fazemos uma conversa logo que eles entram”, conta.
No Colégio Estadual João de Mattos Pessoa o trabalho de prevenção também é realizado. Além da confecção de cartazes, há conversas com a Patrulha Escolar que também ajuda na prevenção ao bullying. “Nos sextos anos inclusive, a Patrulha já passou em todas as salas para uma conversa, porque na faixa etária do adolescente, geralmente o bullying começa na brincadeira do futsal na quadra, no ping-pong. É um termo que se usa ali numa brincadeira, em um determinado momento o aluno até aceita, mas de repente começa a se tornar constante no apelido e acaba se tornando em um problema que vira agressão”, explica a pedagoga Maria Alair Guilherme.
A orientação vai inclusive até os pais. “Nas reuniões de pais abordamos o caso. Ontem, por exemplo, esteve o patrulheiro, nós sempre chamamos e sempre é abordado o tema, com uma orientação aos pais. É um trabalho constante”, explica a diretora Marilisa Aparecida Vidal de Andrade Hamad.
Na Escola Estadual Nossa Senhora das Graças, o trabalho de prevenção também é feito, especialmente no início do ano com a fala da diretora, a irmã Alecsandra David, que reúne os alunos para uma conversa. Há ainda o trabalho da equipe pedagógica que também planeja conversas com os alunos. “Às vezes, aproveitamos um momento que o professor faltou e vai lá e trabalha na turma situações que já sabemos que estão ocorrendo. Utilizamos os momentos com textos, com leituras, falas, até com vídeos”, explica a professora e pedagoga Arilda Moletta.

