Editorial – Avaliação da aprendizagem e outros tantos desafios da educação
O ano letivo começa com uma novidade no estado: a ampliação da Prova Paraná, que deverá avaliar mais disciplinas, além da Língua Portuguesa e Matemática.
A ampliação faz parte de uma política de usar os resultados da Prova Paraná como termômetro para a educação paranaense. Segundo o Governo Estadual, através dos resultados da prova, que podem ser medidos para além da quantidade de acertos, pois professores e equipes pedagógicas conseguirão ter ferramentas de avaliação de aprendizagem.
Outro ponto defendido é a Tutoria Pedagógica, em que os Núcleos auxiliam diretores e equipes pedagógicas durante o ano letivo. Para o Governo Estadual, a tutoria vem a reforçar cursos de formação e ajuda a dar mais habilidades para a atividade de ensinar.
Essas ações são inspiradas em vários modelos, mas principalmente, através do que foi praticado no estado do Ceará, que conseguiu bons resultados em avaliações como Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
No entanto, apesar dos modelos mostrarem bons índices, o método de encarar a educação de forma quantitativa ainda é um desafio. Isso porque avaliar a aprendizagem de alguém vai muito da aplicação de uma prova e ver o que a pessoa acertou ou errou. Pessoas têm personalidades diferentes e reações diferentes. Algumas pessoas conseguem fazer uma prova tranquila, outras são mais nervosas, o que pode prejudicar nos resultados.
Há também os fatores externos: famílias que não acompanham a educação dos filhos ou até mesmo não possuem como acompanhar, já que trabalham em horários diferentes. Ainda devem ser levados em consideração fatores psicológicos, como a baixa autoestima que pode frear a ambição de um aluno, fazendo com que ele nem tente terminar os estudos, pois não acredita que faculdade é para ele; e questões sociais, como a necessidade de trabalhar para ajudar em casa, que dificulta o acesso à graduação para muitos.
Enfim, a educação tem muitos desafios e não há consenso nos caminhos para vencê-los. Tentar quantificar a educação para usar como termômetro pode ser um bom começo, mas não deve ser o fim. É necessário atingir sintomas que vão muito além da pasta da Educação. Começa com valorização do professor, ajudando a atrair ainda mais bons profissionais, até o olhar para a desigualdade social e falta de emprego, que atinge diretamente as famílias e os alunos.

