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Doar plasma hiperimune pode salvar a vida de pacientes que enfrentam a Covid-19

Quem já teve a doença e não precisou ser intubado pode ser a esperança para a recuperação daqueles que estão internados com Covid-19

23/03/2021

Doar plasma hiperimune pode salvar a vida de pacientes que enfrentam a Covid-19

Pessoas que já se recuperaram da Covid-19 desenvolveram anticorpos – defesas naturais do organismo presentes no plasma do sangue – e podem ajudar quem está sofrendo com a doença.  Como? Por meio da doação de sangue, para que se obtenha o plasma hiperimune, que pode auxiliar os pacientes que não estão conseguindo produzir suas defesas naturais.

Desde o ano passado, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) faz a coleta e a produção de plasma hiperimune para repassar aos hospitais que usam a terapia como alternativa no tratamento dos pacientes internados com Covid-19. Mais de mil bolsas foram produzidas no período, mas para atender à demanda, que é diária, é necessário que mais pessoas façam a doação ao Hemepar.

“Nesta época de tantas incertezas a gente tem uma certeza: de que pode ajudar. Não é a certeza de que vai salvar a vida do paciente, mas é uma possibilidade a mais de ele se sair bem dessa doença”, enfatiza a médica Larissa Mazepa, diretora técnica da Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) de Irati e hemoterapeuta responsável.

Ela expõe, com dados do município, o quanto o plasma hiperimune ajuda no tratamento da doença. “Até uma semana atrás foi feito um levantamento em que tivemos na Santa Casa de Irati 29 pacientes que receberam plasma hiperimune, destes 29 foram utilizadas 30 bolsas, ou seja, um receptor utilizou duas bolsas, e destes 29 somente um paciente foi a óbito”, relata a médica, destacando a eficiência do tratamento.

Porém, para a UCT de Irati suprir a demanda é preciso que as doações sejam constantes. Das 30 bolsas de plasma inicialmente doadas à Santa Casa foi possível fazer a reposição de apenas 14, depois foram feitas campanhas e pedidos à população. Desde o início de fevereiro até os dias atuais a unidade está conseguindo equiparar as doações com o que é consumido.

No Paraná a alternativa de tratamento acontece desde julho do ano passado. Em Irati, a utilização do plasma hiperimune só foi possível a partir de novembro, porque não havia um hemoterapeuta responsável para assumir a unidade no município. Quando a Dra Larissa se formou na área, pôde assumir mais este cargo, voluntariamente.

Quem pode doar e como?

Pessoas que podem doar plasma hiperimune são as que já tiveram a Covid-19; estão sem sintomas da doença e com o teste positivo há 30 dias, no mínimo; não passaram por intubação; têm entre 18 e 59 anos de idade; pesam mais de 50 quilos; não têm doenças como sífilis, chagas, malária, hepatite B e/ou C, HIV e vírus HTLV; não receberam transfusão sanguínea; não tiveram nenhuma gestação ou aborto.

Quem preencher os requisitos pode entrar em contato com a Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) de Irati pelo telefone: (42) 3422-3119 ou pelo WhatsApp (42) 99955-3539.

A coleta do plasma hiperimune acontece todas as quintas-feiras às 8h. Este dia da semana é destinado apenas para o plasma hiperimune, por ser uma coleta especial, pois em apenas 6h tem de ser levado à Curitiba e processado. Desta forma, podem ser coletadas apenas oito bolsas por vez. O plasma hiperimune é coletado por meio de uma bolsa simples de sangue. Cada bolsa produz 200 ml do plasma.

“Às pessoas que preenchem estes requisitos, solicitamos encarecidamente que agendem um horário na UCT, para que possamos dar um alento a mais de vida às pessoas que estão com Covid-19 e não conseguem criar seus anticorpos”, ressalta Larissa.

Terapia

A transfusão de plasma convalescente é experimentada há tempos como terapia para doenças infecciosas. Chegou a ser usada na pandemia da gripe espanhola, no início do século passado, e também em surtos mais recentes, como do sarampo, da influenza e até do ebola.

O Hemepar prepara um estudo junto com médicos do Hospital do Rocio, de Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba, para avaliar a efetividade da terapia.

No caso da doença causada pelo novo coronavírus, a transfusão é feita no início da infecção, nos primeiros cinco dias, em pacientes que não estejam com os pulmões muito comprometidos e sempre com autorização dos familiares.

Doação de sangue

Em relação à doação de sangue, segundo a diretora técnica da UCT o estoque está relativamente bom.

“Estamos conseguindo manter nossos estoques, porém precisamos muito da doação de sangue, porque as doenças que necessitam de transfusão sanguínea não pararam, pacientes com insuficiência renal, câncer, entre outros. Nossa meta é coletar 300 bolsas por mês, em fevereiro chegamos a 291, se conseguirmos coletar de 350 a 400 bolsas estaremos suprindo nossa necessidade e um pouco da de Curitiba, que sempre nos fornece outros elementos do sangue”, afirma Larissa.

Texto: Cibele Bilovus

Foto: Agência Estadual de Notícias

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