Doação de medula óssea é um procedimento seguro, indolor e pode salvar vidas
Pacientes com leucemia ou doenças no sangue, cujo organismo não responde mais a tratamentos com medicamentos convencionais, têm como esperança de cura o transplante de medula óssea; a dificuldade, no entanto, está em encontrar um doador compatível
Ao longo deste mês, a campanha Fevereiro Laranja busca conscientizar a população sobre o diagnóstico, prevenção e combate à leucemia, linfomas e alguns tipos de anemia que são tratados através do transplante de medula óssea. A doação de medula pode ajudar pacientes que têm o transplante como única chance de cura. É um ato simples e que pode trazer de volta a qualidade de vida para o paciente e alívio para a família que vive a expectativa de encontrar um doador compatível.
Anicleia da Cruz Siqueira precisou passar por um transplante de medula óssea e relembra emocionada sobre a confirmação do seu diagnóstico de leucemia. Ela relata que vivenciou momentos difíceis e que chegou até mesmo a desacreditar na cura, pois na época não tinha tantas informações como tem hoje em relação aos procedimentos. “Faz 22 anos que eu recebi o diagnóstico que eu estava no começo da leucemia, fiz várias quimioterapias, radioterapias e foi uma época muito difícil. A minha família toda entrou em pânico e eu entrei em depressão, emagreci bastante e teria que fazer uma transfusão de sangue”, relata.
Para receber a medula óssea, o doador e o paciente precisam ser compatíveis, o que torna o procedimento mais demorado. “Foi solicitado para todos da minha família fazerem o teste para ver a compatibilidade da medula óssea, só que infelizmente nenhum atingiu. Estava muito fraca, fui fazer uma radioterapia já sem esperança e o médico chegou trazendo a notícia de que nós tínhamos conseguido, o hospital tinha entrado em contato com outros bancos [de sangue] e encontrado poucos, mas já era o começo. Vinte e dois dias depois de feito o cadastro nesse banco de sangue, recebemos uma ligação que tinha um doador que era do Rio de Janeiro, e quando chegou essa notícia, eu tive esperança”, descreve Anicleia.
Após o transplante dar certo, Anicleia passou por um período de recuperação, fez os acompanhamentos necessários e recuperou a sua qualidade de vida. “Fazia acompanhamento a cada três meses, depois a cada seis meses, depois um ano e três anos. Graças a Deus e a transfusão de medula, hoje em dia estou curada, muito saudável e sem indícios algum da doença, se não fosse feito na época a doação dessa medula eu não estaria aqui hoje fazendo esse relato”, comenta emocionada.
Como se tornar um doador
O primeiro passo para se tornar um doador de medula óssea é realizar o cadastro em um Hemocentro. Para isso basta estar dentro dos requisitos solicitados e após a conclusão do preenchimento dos dados, é feita a coleta de uma pequena amostra de sangue (5ml).
Esta amostra é enviada a um laboratório de referência, onde é realizado um exame de histocompatibilidade, um teste que identifica as características genéticas do sangue. As informações pessoais e resultado são incluídos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Então, é feito o cruzamento dos dados constantemente com os dos pacientes que precisam do transplante de medula.
“Caso você for compatível com alguma pessoa, outros exames serão necessários e se a compatibilidade for confirmada aí sim você será solicitado para fazer a doação de medula óssea”, explica a médica especialista e

