Distância entre a formação universitária e exigências do mercado de trabalho gera frustrações

Por Redação 3 min de leitura

Assim que um jovem termina o ensino médio ele é conduzido a decidir o seu futuro, então precisa escolher uma profissão. Mesmo sem muito conhecimento, ele escolhe aquilo que mais lhe agrada e passa a estudar sem saber o que esperar do mercado de trabalho. Porém um diploma em mãos nem sempre é garantia de sucesso profissional, já que a realidade acadêmica é diferente do mercado de trabalho.

Para diminuir essa distância que existe entre universidade e mercado de trabalho existe o estágio. Muitas empresas oferecem vagas para que o aluno possa aprender a profissão e assim estudar não só a teoria, mas também conhecer a prática. Em contrapartida, a empresa tem a oportunidade de conhecer novos talentos e os alunos que se destacam podem se tornar efetivos.

José Waydzik é empresário do ramo da construção civil em Irati e há alguns anos gosta de trabalhar com universitários. Boa parte de seus contratados entraram na empresa como estagiários e se tornaram efetivos. “A prática nossa da empresa sempre foi trabalhar com estagiários. É um instrumento que favorece a todos: o estagiário, a empresa e a comunidade como um todo. O estagiário vai se interar do ambiente que ele vai trabalhar, se der certo, se ele vai gostar daquele campo que ele está atuando, é um conhecimento entre ele e a empresa, já vai estabelecer um relacionamento, a empresa já vai treinando esse funcionário, caso dê certo”, explica.

O empresário comenta sobre as lacunas existentes entre o ensino da universidade e a profissão na prática. “Há uma lacuna muito grande entre o ensino médio, a universidade e o mercado de trabalho. O ensino prepara para a experiência própria, prepara para passar no vestibular e a universidade também está em um universo distinto, num universo distante, ela está muito longe da realidade empresarial, realidade de mercado. Há um abismo entre a academia e as empresas, não sou especialista nisso, mas é uma constatação”, diz José Waydzik.

Ele salienta o fato da empresa poder trabalhar em conjunto com a faculdade. “A gente não contrata ninguém direto da universidade, fazemos justamente essa ponte, acabamos sempre contratando quem estagia na empresa, esse tempo é muito importante porque ele tem contato com a empresa, tem um contato com o que ele vai fazer”, defende.

Além da oportunidade de ter uma renda durante a faculdade, o estagiário pode ter contato com o que não aprende em sala de aula “Nesse período de um a dois anos, a gente aprimora essa demanda das necessidades da empresa com as eventuais faltas, o que a universidade venha a não proporcionar ao acadêmico”explica José.

Distância e frustração

O empresário destaca que a universidade precisa interagir mais com a sociedade. “A carência que eu vejo, acho que a universidade teria que ter um contato maior com a sociedade, com o mercado, com as empresas, ela vive em um mundo distante, tem que ter uma relação maior com a comunidade e com as empresas”, destaca.

De um lado temos os empresários que sentem o despreparo de muitos universitários na hora em que deixam a faculdade e têm de colocar em prática aquilo que aprenderam durante anos, do outro temos o recém-formado que não teve a oportunidade de realizar estágios durante a faculdade e ao fim se depara com uma grande dificuldade, pois não sabe como iniciar a sua carreira.