Desigualdades entre homens e mulheres ainda permanecem, segundo estatísticas

Por Redação 3 min de leitura

As mulheres são 51,5% da populaçãobrasileira e representam 57,5%dos universitários no país.  Entretanto, ganham 22,9% a menos do que os homens e as desigualdades relacionadas à questão gênero podem ser percebidas em diferentes aspectos, como violência e pouca participação na política. A psicóloga do Núcleo Maria da Penha da Unicentro, Alana Rocha Loures Goetten, e os estudantes do curso de Psicologia, Fernanda RibeiroFeola e Julia Beatriz Martins de Geus, comentam, neste Dia Internacional da Mulher, alguns dos desafios que ainda existem, apesar dos direitos adquiridos ao longo dos anos e dos novos papéis femininos na sociedade.

Mulheres são maioria

A maioria da população brasileira é formada por mulheres, segundo revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2016, divulgada no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elas representam 51,5% da população, sendo que os homens são 48,5%.

Mas mesmo sendo maioria, ainda há desigualdade. Segundo a psicóloga, os estudos de gênero já constataram as desigualdades através de diversas estatísticas. “Essas desigualdades são fruto das construções sociais e das relações entre homens e mulheres face à distribuição de poder. Portanto, as desigualdades de gênero ocorrem pelas construções de gênero, como por exemplo, os papeis de gênero, que se referem às atitudes e saberes esperados de homens e mulheres, como o pressuposto de que as mulheres são mais frágeis e sensíveis, enquanto os homens são mais fortes e mais inteligentes”, disse.

Elas são maioria nas universidades

As mulheres também são maioria nas universidades, segundo o Censo da Educação Superior. Em 2016, 4,6 milhões de mulheres estavam matriculadas em cursos superiores presenciais ou à distância. Os homens eram pouco mais de 3,4 milhões nas universidades.

Para Alana, a grande presença das mulheres do ensino superior não deixou que situações de desigualdades do cotidiano fossem reproduzidas nas instituições. “Claro que o fato de sermos maioria é uma conquista muito importante, porém, não podemos esquecer que uma grande parcela dessas mulheres vive dupla, tripla jornada de trabalho no dia, muitas vezes de empregos que não são valorizadas financeiramente e depois em sua casa, normalmente cuidando dos afazeres domésticos e da criação dos filhos. O machismo está nas estruturas da sociedade, o que significa que ele não deixa de existir na Academia, e as mulheres continuam vivendo violências por serem mulheres, mesmo em um ambiente que na teoria seria mais aberto e igualitário. Nesse ambiente, as mulheres sofrem assédio, violência moral e deslegitimação de suas ideias, por exemplo”, disse.

Renda ainda é desigual

Apesar de ser a maioria nas universidades, a renda ainda é desigual para as mulheres. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, divulgada ano passado, mostrou que em média as mulheres recebem 22,9% a menos do que os homens. Em 2016, o salário médio das mulheres era de R$1.836 e o dos homens era de R$2.380.

“Uma explicação para esse fenômeno é possível se pensarmos o machismo e a dominação masculina com base n