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Desafios e superações marcam a história do Teatro da Paixão de Cristo em Irati

O espetáculo que remonta a trajetória de vida, morte e ressureição de Jesus chega neste ano em sua 25ª edição com novidades, além de relatos de cura e superação nos bastidores da encenação

06/04/2023

Desafios e superações marcam a história do Teatro da Paixão de Cristo em Irati

Após três anos sem apresentações devido à pandemia de coronavírus, nesta Sexta-feira Santa, dia 7 de abril, acontece em Irati a 25ª edição do Teatro da Paixão de Cristo no Estádio Municipal Abraham Najib Nejm. O espetáculo que é realizado pelo grupo de teatro São Francisco de Assis terá entre atores, figurantes, técnicos e colaboradores aproximadamente 300 participantes. A apresentação terá início às 19h30 e a entrada será gratuita, mas a organização pede para que quem puder doe um quilo de alimento, que será destinado às instituições de assistência social do município.

O diretor geral do Teatro, Célio Marcos de Oliveira (Kinho) comenta que boa parte do elenco foi renovada para este ano. “A gente está a todo vapor, ensaiando desde o mês de fevereiro e agora intensificando os ensaios do último mês para cá. O pessoal está aceitando bem, temos muitos atores novos, porque muitos dos antigos não retornaram, mas os novos estão se saindo bem”, descreve.

A expectativa da organização é de um grande público prestigie o espetáculo, assim como nas últimas edições. “Depois de três anos de pandemia, esperamos que o Estádio Municipal lote. A gente sempre teve um bom público, apesar de que nesse ano muitas igrejas marcaram procissões para as 19 horas e o teatro inicia às 19h30. Mas esperamos que mesmo assim o pessoal que tem fé participe na sua comunidade e que venha prestigiar e assistir ao vivo ao teatro; e aqueles que já são adeptos do teatro venham reviver junto com a gente nas arquibancadas ao vivo”, sugere Celio.

Para a apresentação desta Sexta-feira Santa, os organizadores optaram por utilizar somente metade do gramado do estádio na apresentação para que o público possa chegar ainda mais perto da encenação. “Neste ano temos uma novidade. A gente está com o cenário reduzido, vamos utilizar apenas o fundo do campo municipal, dando assim a possibilidade de abrir os portões para que o povo entre dentro do campo para assistir ao teatro mais de perto e também para que possamos acolher um público maior. Então esperamos o Estádio Municipal lotado, tanto nas arquibancadas quanto no campo”. Ele aconselha para que o público leve banquetas ou cadeiras para o maior conforto. Além disso, no dia da apresentação, três telões vão ajudar a acompanhar melhor a história da Paixão de Cristo.

O presidente do grupo de teatro São Francisco de Assis, Vanderlei Kawa, explica que assim como nos outros anos, serão encenados alguns dos principais eventos da vida Cristo até sua morte na cruz e sua ressureição. “Seguindo sempre o evangelho, a partir do batismo de Jesus com João Batista e vai até a ressureição de Cristo, com um final com soltura de fogos. A arte de encenar também evangeliza e a gente tem que se apaixonar pelas coisas que a gente faz”, comenta Vanderlei.

Leonilto Cesar Simeonato faz parte do grupo desde 1993 e representa Jesus Cristo no Teatro da Paixão desde 2001. Ele já interpretou também o papel do apóstolo Simão Pedro e do sumo-sacerdote Caifás. Ele conta que os desafios de interpretar um papel tão importante são grandes, mas que com muita dedicação, tudo sai como o planejado. “Sempre no início as coisas não fáceis, ventos contrários sempre tentam atrapalhar, até encaixar todos os papéis. Os palcos são montados só na Semana Santa, então temos algumas dificuldades, mas fazemos e oferecemos este trabalho ao Nosso Senhor Jesus Cristo, com o intuito de evangelizar, e logo as coisas começam a se encaixar, e tudo dá certo no final”, descreve Leonito.

Para ele, além da oportunidade de representar Jesus no teatro e reviver a história da Paixão de Cristo, uma das cenas que retratam o evangelho o sensibiliza mais. “A parte que mais me emociona é o momento em que Jesus diz: ‘Deixai vir a mim as criancinhas’. Estar junto delas nesse momento é algo maravilhoso, pois consigo ver em seus olhos o amor que elas têm por Jesus, e isto não tem preço”, destaca.

Organização

A diretora comercial do Teatro da Paixão, Orli Aparecida Mello, relata como é o dia a dia nos bastidores para deixar tudo organizado até o dia da apresentação. “Eu cuido dos detalhes, como roupas, ornamentação do campo, corro atrás de patrocínios em empresas, pois nosso grupo não tem fins lucrativos. Eu também cuido das roupas dos atores e figurantes. A gente lava, tinge, costura, além de cuidar dos cenários. Os meus filhos, anos atrás, eram anjos no teatro e hoje nós estamos aqui trabalhando com homens e mulheres de sol a sol, firmes. Cada encenação a gente se emociona igual, como se fosse a primeira vez”, descreve Orli.

A realização do espetáculo conta em grande parte com o trabalho de voluntários e a doação de empresas, além do apoio da Prefeitura Municipal.

 

Histórico do teatro

O presidente do Grupo de Teatro São Francisco, Vanderlei Kawa lembra que tudo iniciou de uma maneira bem simples na Capela São Francisco de Assis, no bairro que leva o mesmo nome. “Nós começamos com um grupo de jovens, em 1988, onde criamos os departamentos de teatro e encenação com o grupo de Jovens Vagalume e com a Junifra. Nós fazíamos o teatro bíblico, encenávamos o evangelho dentro da missa, fizemos um teatro de Natal pequeno; um de Santa Clara e um de São Francisco, e o povo pediu para fazermos da Paixão de Cristo”, lembra

O diretor geral do Teatro da Paixão, Celio Marcos de Oliveira lembra que já na primeira edição do teatro não foi possível fazer a apresentação completa no dia marcado devido à chuva. “Eu era diretor cultural e artístico do grupo Junifra. Nós sentamos juntos e conseguimos adaptar o texto tirado da Bíblia para o teatro. A gente teve em 1989 a primeira edição, que foi num Domingo de Ramos, à noite, onde choveu e a gente não conseguiu apresentar”, relata.

A apresentação que se iniciou no Domingo de Ramos foi terminada na Sexta-Feira Santa, com uma procissão, e com isso o grupo iniciou uma tradição. “Na época, o Frei Rufino e Frei Anselmo eram os párocos ali da Nossa Senhora da Luz. O seu Albino Pabis e o senhor Davi Pichibinski se reuniram e desceram lá falar com os freis e conseguiram fazer com que a procissão terminasse na Capela São Francisco. Então, em 1989, aconteceu na Sexta-Feira Santa e aí surgiu o Teatro da Paixão de Cristo, apoiado pela Igreja e pela comunidade. E com o passar do tempo, ele só foi crescendo”, descreve Celio.

De maneira tímida, no início, eram poucas pessoas, mas já na sua terceira edição, o teatro precisou ser apresentado em um local maior onde é feito até hoje, descreve Vanderlei Kawa. “Era com o frei Jaime, depois com o frei Anselmo, para acompanhar a procissão de todas as igrejas e se encontrar na Capela São Francisco. Eram em torno de 40 e até 60 voluntários e por lá ficamos dois anos, mas o espaço ficou pequeno e no terceiro ano já mudamos para o Estádio Municipal. Hoje acolhemos em torno de 3 a 4 mil pessoas”.

Apesar de já ter mudado de data e de local, o propósito do evento continua o mesmo, explica Celio. “O teatro surgiu com um único objetivo: evangelizar. Principalmente as pessoas que participam e revivem o evangelho vivo e depois as pessoas que vão vir assistir vão estar revivendo junto com a gente essa história que tem o objetivo de evangelizar. Convidamos toda a comunidade iratiense, independente de religião, para vir participar, se unir a essa família, para que a gente possa reviver o maior exemplo de amor pela humanidade”.

De lá para cá, para Vanderlei todas as edições do teatro foram marcantes, mas ele relembra com carinho onde tudo começou. “Esses momentos históricos a gente guarda com carinho, principalmente na época da capela São Francisco. Já quase 40 anos e 25 anos do teatro encenado e apresentado. Também a primeira apresentação no Estádio Municipal foi marcante, pois cada um precisava correr atrás das suas roupas. Hoje nós temos departamentos bem organizados e um grupo de teatro”, destaca. O Teatro da Paixão de Cristo não foi realizado em 2020, 2021 e 2022 devido à pandemia de coronavírus e as exigências de distanciamento social. Antes disso, Vanderlei explica que em alguns anos também não aconteceram apresentações devido à falta de recursos na época.

Fé e cura nos bastidores

Durante todos os anos em que as apresentações do Teatro da Paixão de Cristo ocorreram em Irati, o diretor geral, Célio Marcos de Oliveira diz ter vivenciado momentos que acredita que possam ser milagres de cura. “Eu posso afirmar para você que muitos milagres aconteceram nesses 24 anos de encenação da Paixão de Cristo. Pessoas que estavam desenganadas pelos médicos e ofereceram o sacrifício, a participação, o trabalho, a reviver essa história de coração, receberam a graça de Deus e foram curados. As pessoas que receberam essa graça sabem disso, são muito agradecidas e muito felizes por isso. É uma coisa que marca. Então, o teatro, além de ser uma catequese ao vivo e com o objetivo de evangelizar muitas pessoas, nesses anos todos alcançaram graças que surpreenderam a medicina com milagres que aconteceram nesses anos que a gente se dedicou a esse trabalho”, descreve o diretor geral do Teatro.

“Tenho certeza que cada um é escolhido por Deus para estar na função que Ele designou para cada um. E é um conjunto. O teatro é um conjunto, é uma harmonia que tem que trabalhar todos juntos, cada um fazendo a sua parte e sendo todos coordenados pelo nosso Senhor Jesus Cristo”, finaliza Celio.

Teatro da Paixão de Cristo em Rio Azul

O município de Rio Azul também vai realizar na Sexta-Feira Santa a apresentação do Teatro da Paixão de Cristo no Estádio Municipal. “Nosso teatro ocorre na Sexta-Feira Santa, como de costume. Esse ano será às 19h no Estádio Municipal Orestes Pallú. Não será cobrado entrada, apenas deixaremos uma caixinha em frente ao portão de acesso para aqueles que se sentirem à vontade e quiserem colaborar com qualquer valor que será muito bem-vindo”, diz a integrante da coordenação do teatro, Amandha Pedrozo.

Ela conta que o espetáculo trará cenas inéditas que vão surpreender o público presente. “Temos em torno de 150 pessoas tanto no elenco como nos bastidores. O roteiro foi totalmente modificado e serão apresentadas cenas nunca feitas pelo grupo. Terá uma cena exclusiva nunca feita em toda a região”, afirma Amandha.

Ela sugere que a população que for assistir ao evento leve suas cadeiras, pois a expectativa é de um grande número de espectadores. “Aqueles que quiserem levar cadeiras para ficarem mais confortáveis fiquem à vontade. Haverá bancos, mas não conseguimos acomodar a todos”, explica.

O teatro da Paixão de Cristo de Rio Azul chega neste ano em sua xx edição. O evento tem o apoio da Prefeitura de Rio Azul e Secretaria Municipal de Educação e Cultura.

Texto: Lenon Diego Gauron/Hoje Centro Sul

Fotos: Teatro edições passadas recentes: Divulgação (enviado por Vanderlei)

Duas primeiras edições: Vanderlei Kawa

Fotos Jesus: Divulgação (enviadas por Leonilto)

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