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Depois do Natal atípico do ano passado, neste mês de dezembro as pessoas já sentem mais esperança e planejam reencontros familiares tradicionais

Famílias relatam como foi a experiência de não se reunir no Natal de 2020 para evitar a contaminação dos mais vulneráveis pela Covid-19.

23/12/2021

Depois do Natal atípico do ano passado, neste mês de dezembro as pessoas já sentem mais esperança e planejam reencontros familiares tradicionais

Em razão da pandemia de Covid-19, o Natal do ano passado foi atípico. A tradição passada de geração em geração de reunir todos os familiares nesta data precisou ser interrompida, pois em 25 de dezembro de 2020, a população brasileira não estava imunizada contra o coronavírus. A primeira pessoa vacinada no Brasil foi a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, que recebeu a vacina no dia 17 de janeiro de 2021. 

No Natal de 2020, a Covid-19 rodeava as pessoas, trazendo medo e incertezas. Para muitos não foi possível ir à casa dos pais e avós que têm idade avançada, pois entenderam que se manter distante fisicamente era um ato de amor e proteção.

“Não fomos para a casa dos meus pais, porque eles são idosos de 80 anos e não estavam vacinados, pois a vacina iniciou só em 2021. Não podíamos colocar ninguém em risco, tínhamos consciência de que o maior ato de amor naquele momento era não ir até eles”, conta Mariléia Gartner, que passou o Natal de 2020 somente com a filha Nicole Gartner Custódio.

Mariléia mora há 26 anos em Irati, mas seus pais residem em Marechal Cândido Rondon.  Para ela e para a filha, assim como para a maioria das pessoas, Natal é sinônimo de família reunida. “Natal é momento de amor com a família, você espera o ano todo pelo Natal. Ele está muito ligado com o voltar para casa, mesmo tendo construído minha vida em Irati, na época de Natal eu sempre ia para a casa dos meus pais. Quando estamos perto de pai e mãe o Natal é mais doce, não tem sobremesa nenhuma que substitua a doçura de estar com a família”, disse Mariléia.

A família Oliveira também costuma celebrar o Natal na casa dos avós Odete e Luiz, na cidade de Ipiranga. Entretanto, em 2020 não foi possível e os dois sentiram falta dos filhos e netos em casa. “Foi triste não poder se reunir com os familiares no Natal passado por causa da pandemia. Minhas filhas combinaram de vim algumas no Natal e outras no Ano Novo, os netos não puderam vir, sentimos muita falta de não ter todos juntos no mesmo dia”, conta Odete de Jesus Rocha Oliveira.

Os irmãos Fernanda e Fábio Staudt são netos de Odete e Luiz, e vivem em Ponta Grossa.  Eles contam que visitaram os pais com menos frequência e não foram na casa dos avós por praticamente todo o período crítico da pandemia. Fernanda descreve o Natal do ano passado como “vazio”.

“No Natal de 2020 passamos somente eu, meu esposo, nossos dois filhos e meus pais. Apesar de não estarmos sozinhos foi um dia vazio, pois a vontade de estar com todos era grande, visto que por conta da pandemia já estávamos o ano todo sem visitar ninguém, principalmente os avós, pela questão da idade mais avançada e saúde mais frágil”, relatou Fernanda.

Fábio conta que ele e sua esposa Karine também decidiram se afastar dos familiares até a chegada da vacina. “Eu presto serviço em hospitais e minha esposa trabalha com atendimento ao público, então o risco de contaminação é maior. Decidimos nos afastar, mas sentimos muita falta principalmente no Natal, que é uma festa bonita, cheia de crianças correndo, todo mundo conversando, era o momento que podíamos matar a saudade de todo mundo”, lembrou Fábio.

O sentido do Natal

No Natal, as pessoas se reúnem para agradecer, comemorar e refletir sobre tudo o que viveram durante o ano. Costumam dedicar mais tempo aos familiares e expressar mais o amor ao próximo. Depois de um Natal diferente em que foi necessário amar sem estar presente, Mariléia Gartner relata que aprendeu que o Natal acontece em qualquer lugar, pois, segundo ela, o sentido dele está dentro das pessoas.

“O que mais me marcou e ficou em minha vida é que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, pois ele está dentro da gente. A compreensão do sentido do nascimento de Cristo na relação do amor com família, isso eu posso ter em qualquer lugar, porque está dentro de mim e eu posso ter esse Natal desde que meu coração permita”, explicou.

Ela destaca que antes da pandemia a expectativa de viajar para a casa dos pais tomava conta dela. Atualmente, mesmo continuando com a vontade de estar em família, Mariléia  afirma que aprendeu a sentir o Natal dentro de sua própria casa, dentro de si mesma. “O Natal é tempo de refletir sobre a vida, agradecer a Deus por estarmos neste mundo, eu aprendi que o Natal está dentro de mim”, enfatizou.

Para Fernanda Staudt os momentos em família passaram a ter mais sentido e ela acredita que as pessoas irão valorizar mais a presença dos que amam. “Sentimos, nesse tempo que ficamos afastados, o quanto faz falta um abraço, um carinho ou somente estar perto das pessoas que amamos. Acredito que a gratidão e o amor ao próximo irão aflorar mais nas pessoas e poderemos enxergar melhor o sentido do Natal”, pontuou.  

Expectativa para o Natal 2021

O Natal de 2021 se aproxima e com ele vem a esperança de poder reunir a família com mais segurança. “Esse ano vamos passar o Natal na casa dos meus pais, estamos com uma expectativa boa, não sei bem como vai ser porque a gente sabe que tem que ter muito cuidado porque a pandemia ainda não acabou, mas sabemos que já está melhor que ano passado”, diz Mariléia.

A família Oliveira também planeja voltar a se reunir neste Natal. “Estamos decidindo como vai ser para a família se reunir, praticamente todos já tomaram as vacinas, com exceção das crianças, mas sabemos que é necessário manter alguns cuidados para preservar a saúde das pessoas que mais amamos. Se tudo correr bem, vamos nos reunir no dia 25 e, com muita alegria festejar e ficar próximos novamente”, ressaltou Fernanda.

Neste sentido, Mariléia frisa que grande parte das pessoas passou a ter outro olhar para os hábitos do dia a dia em relação à higiene, devido à pandemia. “Para mim é muito claro que a pandemia ainda não acabou, ainda temos medo que esse vírus entre em nossas famílias, vamos precisar manter os cuidados para evitar até mesmo outras doenças”, disse. 

Ato de preparar alimentos e dar presentes no Natal

Entre os costumes natalinos se destaca o ato de preparar alimentos em família, seja para a ceia do dia 24 de dezembro ou no almoço do dia 25. “Antes da pandemia todos se reuniam aqui em casa e cada família trazia um prato de comida, nós combinávamos o que cada um ia levar para o almoço de Natal e preparávamos, juntos, a mesa”, conta Odete, a avó da família Oliveira.

Fazer a refeição em família fortalece os laços afetivos, pois costuma ser um momento em que as pessoas se sentem a vontade para conversar, rir e interagir. “O ato de fazer comidas juntos no Natal, desde o café da manhã, almoço, jantar, é muito interessante, a gente cozinha muito durante o Natal, são várias sobremesas, bolachas, bolos, almoços e fazemos isso de forma harmônica entre a família”, explica Mariléia.

Ela acrescenta que no Natal anterior fez questão de preparar os alimentos e trocar presentes com sua filha Nicole, pois entenderam que essa prática é necessária nesta data. “Fizemos a nossa ceia, nosso almoço, trocamos presentes, conversamos muito. Nosso Natal foi intenso, diferente de todos os outros, tudo na vida tem uma aprendizagem”, conta.

O tradicional “Amigo Secreto” acontece entre famílias, amigos, equipes de trabalho, escolas e outros grupos, não se sabe ao certo como este costume começou, mas alguns estudos apontam que surgiu na Grécia antiga quando os gregos presenteavam algumas pessoas em datas festivas. Outros dizem que surgiu com os nórdicos no século XVIII que trocavam presentes para celebrar o pacto com os deuses. E existe ainda a versão de que iniciou nos Estados Unidos quando operários queriam se presentear e, como nem todos eram amigos, resolveram fazer sorteio para não ter preferências.

“Nossa família faz o amigo secreto no Natal, é um momento de brincadeira e conversas. Ver toda a família interagindo é a maior a alegria”, finalizou Odete.

Texto: Cibele Bilovus/Hoje Centro Sul

Fotos: Divulgação

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