Delegada explica o trabalho da Polícia Civil para atender mulheres vítimas de violência
A delegada Luciana Novaes, que chefia a Divisão de Polícia Especializada (DPE) na Polícia Civil do Paraná (PCPR) conta como funciona o trabalho nestes casos. Sob o comando dela estão todas as Delegacias da Mulher do Estado, além do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) e outras oito delegacias especiais do Paraná.
Como uma mulher que é vítima deste tipo de situação pode procurar ajuda?
Delegada Luciana – O Paraná tem 21 Delegacias da Mulher, além das outras 240 delegacias de polícia. Todas estas unidades estão preparadas para acolher mulheres vítimas de violência física, emocional ou psicológica. A ida da mulher à delegacia é muito importante, porque é o momento em que ela rompe o medo de procurar ajuda. Muitas vezes ela está indo denunciar uma situação que acontece dentro do lar, com pessoas que ela se relaciona diariamente, então ela precisa saber e confiar que a Polícia do Paraná está preparada para recebê-la.
É importante que a mulher tenha a segurança de que buscar ajuda é o primeiro passo para prevenir outras ocorrências, para conseguir fazer com que aquele agressor saia de casa e não possa mais se aproximar da vítima.
Como os policiais do Paraná são preparados para atender este tipo de situação?
Delegada Luciana – Existe toda uma formação para que os policiais atendam mulheres em casos como estes. São feitas capacitações para que o atendimento seja feito da maneira mais acolhedora possível. Hoje, no quadro da Polícia Civil temos cada vez mais mulheres, o que é muito importante no momento em que uma mulher vai fazer um relato sobre agressão. No entanto, todos os nossos policiais estão sendo capacitados para que, no momento da oitiva, a vítima não se sinta constrangida e nem revitimizada pela agressão que sofreu.
Também estão inseridas no Plano Estadual de Segurança Pública algumas diretrizes visando este tipo de situação. Um exemplo: onde não há Delegacia da Mulher, muitas unidades têm salas de acolhimento para que a mulher possa fazer seu relato afastada do fluxo tradicional da delegacia. A ideia é que ela não se sinta constrangida ou tenha que ficar no mesmo ambiente em que estão outras pessoas na hora de fazer o relato dela. O nosso planejamento é que todas as unidades tenham um ambiente assim.
De que forma outras pessoas podem ajudar as mulheres vítimas de violência?
Delegada Luciana – Uma das grandes mudanças promovidas pela Lei Maria da Penha, instituída em 2006, é que qualquer pessoa pode fazer uma denúncia, não apenas a vítima. Então um amigo, uma vizinha, uma colega de trabalho ou qualquer pessoa que tenha conhecimento de uma situação de violência podem denunciar à polícia. Isso parte da compreensão de que a mulher está envolvida emocionalmente e muitas vezes não consegue romper esse ciclo de violência sozinha. E sempre que houver uma denúncia, a polícia vai prestar apoio à vítima e atuar para evitar que esta situação se agrave.
O que acontece depois que uma vítima procura a polícia? Como ela pode se sentir segura?
Delegada Luciana – A polícia vai inicia