Deixar de fumar, como vencer a batalha contra o cigarro?
A superação do vício no cigarro impacta na saúde e na vida social, comentam pessoas que conseguiram vencer essa batalha com força de vontade, ajuda de familiares, apoio de amigos e profissionais de saúde. Em Irati, grupos de apoio do SUS oferecem suporte médico e psicológico gratuito aos que desejam abandonar o tabagismo
Daniel de Paula Yoshitomi tem 42 anos e há dois ele decidiu que iria largar de vez o cigarro após algumas tentativas que não deram certo. Na última, que foi bem-sucedida, ele buscou inspiração na gravidez de sua esposa. “Eu fumei por 22 anos e decidi parar porque minha esposa estava grávida. Eu tinha combinado com ela, se ela engravidasse, eu iria parar de fumar. Na metade da gravidez dela eu consegui realmente parar”, relata.
Os primeiros passos de Daniel foram a busca de apoio e tratamentos que o ajudassem a superar o vício na nicotina. “Quando eu decidi, eu fiz três tratamentos, mas o que eu mais senti a diferença foi o que eu fiz pelo SUS. Eu fui na Unidade de Saúde e ali as conversas, os medicamentos e assistência que me ofereceram foi acima do esperado e primordial para eu ter conseguido parar de fumar”, conta. “Por coincidência ou não, logo depois que eu consegui parar de fumar, eu fui diagnosticado com câncer de pele. Não sei se tem a ver com o cigarro, mas a gente sabe a quantidade química do cigarro, então pode ser que tenha sido por causa disso”, relata Daniel, que atualmente está recuperado.
Manuel Milton Kuller, 73 anos, fumou por muito tempo. Ele lembra que na sua infância, quando teve os primeiros contatos com o que viria a se tornar um vício, fumar não era considerado algo perigoso para a saúde. “Eu não lembro com quantos anos eu comecei a fumar, mas eu devia ter uns 8 anos. Naquela época era normal, minha mãe fumava, meu pai fumava – ele até mastigava fumo. Eu fumei por muito tempo, mais ou menos uns 45 anos”, lembra Manuel, que já não fuma há dezenove anos.
Além de deixar de usar o cigarro tradicional e o de palha, Manuel aproveitou a grande força de vontade que possui para superar outros vícios também. “Eu tinha muitos vícios e quando eu resolvi parar de fumar, fui abandonando cada um deles. Hoje eu não bebo, eu não fumo, eu não jogo, não tenho celular e não vejo televisão”, relata.
O tabagismo é responsável por matar mais de oito milhões de pessoas no mundo a cada ano, além de causar impactos ecológicos e colaborar para as mudanças climáticas. No Paraná, de acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019, a prevalência de fumantes com mais de 15 anos é de 14,6%, ou seja, mais de 1,7 milhão de pessoas são dependentes da nicotina no estado.
Grupos de apoio
Em Irati, há grupos que oferecem acompanhamento com profissionais de saúde para os que desejam parar de fumar. Estes grupos funcionam nos bairros Rio Bonito, Riozinho e no centro da cidade.
O médico de família e comunidade, que atua na Unidade Básica de Saúde do Rio Bonito, Anderson Sprada conta que a iniciativa da formação desses grupos surgiu da necessidade de realizar ações voltadas para as pessoas que compreendem os malefícios do tabaco em suas vidas e querem deixar o vício. “O grupo existe há mais de 10 anos, porém ficou parado por mais de três anos devido a pandemia e a saída de alguns pro

