22/11/2024
Ao longo da manhã, tarde e noite de terça-feira (19), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Câmpus de Irati da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) promoveu a primeira edição do “Memória e Consciência Negra”. Com apresentações culturais, rodas de conversa e palestras, o evento buscou reunir a comunidade acadêmica para refletir sobre a desigualdade racial na sociedade brasileira.
Integrante do DCE, Alice Valverde conta que o evento discute a questão racial no Brasil a partir da perspectiva de estudantes, professores e convidados externos. “Acho que é importante o DCE, enquanto representação política dos estudantes, trazer essa pauta para a universidade. Nossa expectativa é que as pessoas consigam participar e tirar um momento para refletir sobre esse assunto. É um debate necessário visto que a gente vê, inclusive, poucos estudantes e professores negros”, enfatiza.
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A programação iniciou com uma mesa-redonda sobre ações afirmativas nas universidades públicas. Com a participação de docentes membros da comissão de heteroidentificação da Unicentro, a atividade destacou a importância de políticas de inclusão para estudantes negros e indígenas.
“As ações afirmativas nasceram com a Constituição Cidadã de 1988, com o objetivo de uma reparação histórica mesmo. Nessa mesa-redonda, trouxemos algumas dessas ações, como as cotas na universidade e como essas questões estão sendo discutidas no âmbito dos setores da Unicentro”, explica o professor Edson Santos Silva, que fez parte da mesa.
Além dele, também participaram a professora Kátia Alexsandra dos Santos e o professor Davi Silva Gonçalves. A docente enfatizou a necessidade de discutir não só a entrada de pessoas negras, indígenas e quilombolas no ambiente universitário, mas também pensar em mudanças na grade curricular.
“Quando olhamos para as nossas referências, quantas são pessoas latinoamericanas? Quantos são pretos ou indígenas? A gente ainda tem uma predominância de autores e autoras europeus e norteamericanos. Eu acredito que quando estudantes indígenas e negros entram na universidade, outros saberes também são requisitados para dar conta dessas vivências”, elucida Kátia.
Dia da Consciência Negra
O dia 20 de novembro marca a data da morte de Zumbi dos Palmares, último líder do Quilombo dos Palmares e um dos símbolos nacionais pela resistência à escravidão. Em 2011, a data entrou para o calendário oficial como Dia da Consciência Negra. Somente no ano passado, após aprovação de um projeto de lei, ela foi instituída como feriado nacional, sendo celebrado pela primeira vez em 2024.
Assessoria Unicentro